Economia no bolso

Genérico bom e barato: farmacêutica revela os mais consumidos no Paraná

Foto: divulgação.

Você costuma comprar medicamentos genéricos ou tem receio de que eles não sejam tão eficientes quanto os remédios de marca? No dia 25 de maio, essa modalidade de remédio que começou a circular no Brasil em 1999, completa 25 anos. Ao longo dessa trajetória, as empresas farmacêuticas seguem batalhando para informar a população sobre a eficácia dos genéricos.

Embora esse tipo de remédio ainda não seja a preferência da maioria dos paranaenses, ele tem buscado um espaço na ‘farmacinha’ dos cidadãos. Conforme uma pesquisa de abril de 2024 da Close-up International – empresa de conteúdo e serviços para a indústria farmacêutica, a unidade federativa Paraná – Curitiba ocupa a sétima posição no consumo de genéricos.

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A diretora técnica do Grupo Cimed – uma das maiores indústrias farmacêuticas do Brasil, Carla Muniz, explica que o medicamento genérico é voltado para todos os públicos e funciona como qualquer outro. Entretanto, ele não possui uma marca envolvida. Ou seja, na embalagem consta o nome da fórmula utilizada na composição.

“A diferença dele para os outros medicamentos que a gente está acostumado é basicamente a marca. Então a gente tem o medicamento genérico para inúmeros tratamentos e ele é comercializado apenas pelo nome da molécula. Mas é um medicamento que passa por todos os testes, todos os atributos necessários para ser um medicamento como qualquer outro”, afirma.

Carla considera que a desinformação cria uma resistência por parte dos consumidores que acabam achando que pelo preço mais baixo o genérico não é confiável ou eficaz. Entretanto, a profissional garante que todo remédio disponível para venda passa por testes rigorosos e precisa ser aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Tem um certo preconceito. A Anvisa é um órgão extremamente rigoroso para regulamentar. Então as normas brasileiras hoje seguem muito as principais normas internacionais para registar um produto no Brasil. E o medicamento genérico, para ser registrado, passa por testes que comprovam essa segurança e eficácia. Então a gente tem que comprovar que ele vai agir no corpo da mesma forma que um medicamento de marca. Acho que hoje existe muita desinformação a respeito disso. Indevidamente, o genérico foi sinônimo só de uma cópia. Antigamente a gente tinha outros termos que o pessoal usava, hoje usa-se genérico para dizer que é uma cópia mal feita. Mas não é verdade quando falamos de medicamento. Tem um trabalho muito sério e extremamente rigoroso”, enfatiza Carla.

Carla Muniz, diretora técnica grupo Cimed. Foto: divulgação.

Os genéricos mais consumidos no Paraná

Com mais de 23 milhões de caixas consumidas entre 2020 e 2024 no Paraná, a losartana lidera a lista. Esse é um medicamento indicado, principalmente, para o tratamento de hipertensão arterial. Em seguida na lista, com registro de demanda de 3,8 milhões de unidades, aparece a hidroclorotiazida, remédio diurético indicado para pressão alta e inchaços causados por problemas cardíacos e renais. 

De maneira geral, conforme revela Carla, os genéricos mais consumidos no Paraná são aqueles para tratar o colesterol e outras doenças crônicas, que as vezes exigem cuidados contínuos.

Fazendo um recorte dos medicamentos produzidos pelo Grupo Cimed, os genéricos mais consumidos no Paraná de 2020 a 2024 são: nimesulida (tratamento de dores), fluconazol (indicado para o tratamento de candidíase vaginal) e enalapril (controle de pressão alta).

Por que o remédio genérico é mais barato?

O que deveria ser considerado como um atrativo, as vezes acaba se tornando motivo de desconfiança. Muitas pessoas relacionam preço e qualidade. Portanto, conforme comenta a especialista, um remédio muito mais barato pode gerar essa estranheza. E esse é o caso do genérico, que pode ser até 70% mais em conta do que um remédio de marca.

“Acho que falta muito essa conscientização, desde os médicos e da farmácia. Esse é um trabalho que a Cimed tem feito muito, explicar o que é o medicamento genérico e como ele é feito. O brasileiro tem preconceito com aquilo de ser tão mais barato. [Questionam] ‘como é que pode um ser tão barato e o outro ser tão mais caro e fazer a mesma coisa?’. São conhecimentos que as vezes são difíceis de chegar no consumidor, é um trabalho intensivo e constante, inclusive com a classe médica”, expõe Carla.

Mas por que existe essa diferença de preço? De acordo com Carla são vários fatores. “Normalmente o medicamento de marca tem muito investimento de mídia, de propaganda junto ao médico. Pela lei, o medicamento genérico já é mais barato porque ele não investiu na pesquisa, não foi aquele que desenvolveu a molécula. Essa parte da pesquisa, as indústrias que fazem o genérico não precisam desse valor tão grande quanto é o desenvolvimento de uma molécula. E eles também não tem necessidade de propaganda médica porque ele é uma substituição de receita. Então os gastos que, em tese, a empresa de marca tem com essa parte de propaganda e divulgação de marca, o genérico não precisa. Assim, ele pode repassar esse desconto para o custo do produto” explica.

“A gente tem que desmitificar que o barato não é bom. Ele é barato porque tem outro custo, outra forma de comercialização, diferente do que é um medicamento de marca, que tem outros custos envolvidos dentro da cadeia produtiva. Ele já é um medicamento conhecido que não precisa de propaganda, mas é tão bom quanto. Vai levar um tempo, mas ele vem aumentando [o consumo]. Até porque se as pessoas consomem uma primeira vez e entendem que foi bem, elas passam a ser consumidoras do medicamento genérico”, completa a especialista.

Remédios genéricos contribuem para a economia em tratamentos de saúde

Para a diretora técnica do Grupo Cimed, o medicamento genérico possui um ponto principal: por ser mais barato, ele contribui para o acesso aos tratamentos de saúde. “No bolso do consumidor é muito impactante. Então realmente, ele favorece o acesso das pessoas que as vezes abandonavam o tratamento. Elas têm uma opção tão segura e eficaz quanto o medicamento de marca. Isso faz com que eles continuem mantendo o tratamento e favorece a aderência ao tratamento”, comenta.

A possibilidade de um remédio de menor custo é tão importante que Carla também acredita que a longevidade da população seja impactada por isso. “Quanto mais pessoas tem acesso ao tratamento, essa questão da longevidade é diretamente impactada. Porque a gente tem doenças cardiovasculares que são facilmente tratadas com medicamentos disponíveis e todos os principais tratamentos estão disponíveis com genérico. E são doenças que matam muito, como infarto e derrame. Quando a gente tem tratamentos regulares essa questão da longevidade é positivamente impactada”, diz.

Por todas essas razões, Carla reforça que, além de ser mais econômico, o genérico é igualmente seguro.

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