O leitor Nilton Domingues, que mora a poucas quadras do local, enviou mensagem à Tribuna alertando sobre o problema. “A piazada não quer saber se a rua é perigosa ou não e insiste em brincar ali. Eu costumava passar por lá todos os dias, mas agora viro duas quadras antes, porque está muito perigoso. Quem passa de carro não consegue enxergar os skates que vêm na outra direção”, afirma.
Os Caçadores de Notícias foram até lá e viram a situação de perto. Em poucos minutos foi possível perceber como o skate é popular entre as crianças e adolescentes do bairro. Enquanto o campinho de futebol da Praça Imer Colares Marques estava totalmente vazio, vários jovens passavam deslizando pelo asfalto ou com a pranchinha de madeira debaixo do braço.
O garoto Luan Felipe Nogueira, de 14 anos, é dos frequentadores assíduos da rua. Pelo menos uma vez por semana, ele veste luvas e capacete, pega seu skate estilo “longboard” e vai curtir a descida em alta velocidade. “A rua é mesmo perigosa”, confirma. “Para quem está com equipamento e conhece o lugar, é tranquilo. Mas se vier um jaguarão, vai cair com certeza”, avisa.
Marco André Lima |
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Todo final de tarde, garotada transforma Rua Catarina Gabardo em pista de skate e se arrisca entre os carros. |
Luan já se machucou em um tombo ali mesmo, mas diz não ter medo de se envolver em um acidente com ônibus ou automóvel. “A gente nunca passa direto pela preferencial. Todo mundo faz a manobra para parar antes. Mas um amigo meu já teve que se jogar na calçada para desviar do ônibus que virou bem na hora que ele estava descendo”, conta o menino, que anda de skate desde os 9 anos.
Ponto cego
O ponto mais perigoso fica no cruzamento da Catarina Gabardo com a Vereador Oswaldo Bittencourt, bem onde o ônibus faz a curva. E não apenas para a garotada do skate. Os motoristas também enfrentam dificuldades no entroncamento, que permite pouca visibilidade.
A vendedora Natalina do Nascimento Dias mora na esquina das duas vias e também está assustada com o risco assumido pelos skatistas. “Esses dias um menino quase foi parar embaixo do ônibus. Ainda não aconteceu uma tragédia porque os motoristas são muito conscientes, sabem que eles andam por aqui e passam bem devagar. Mas os carros descem muito rápido”, relata.
Para Nilton Domingues, é necessário impedir que meninada continue transformando a rua em pista. “Seria ótimo se a prefeitura mandasse fazer uma lombada no local”, diz. Natalina também sugere uma medida para amenizar o problema. “Tinha que inverter a preferência do cruzamento, com prioridade pra Catarina Gabardo, que é mais movimentada”, aponta. Mas ela acredita que a solução definitiva é outra. “Deveriam fazer uma pista de skate, reformar a praça para a gurizada poder se divertir em segurança”, pede.
A Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) orienta que a população formalize estas reclamações pelo telefone 156. A pasta informa que não é possível proibir os skatistas de brincarem na rua, mas estuda a realização de alguma ação ed,ucativa para orientar skatistas e motoristas na região.
Marco André Lima |
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Natalina: esses dias um menino quase foi parar embaixo do ônibus. |