Na tentativa de se esquentar, muita gente coloca em risco a própria vida. A morte branca, causada pelo envenenamento por monóxido de carbono dos aquecedores a gás ou por fogueiras em ambientes fechados, feitas dentro de latas ou mesmo no chão, chega com o frio.
Embora a última morte por essa natureza no Paraná tenha sido registrada em 2011, quando um vigilante de Cascavel botou fogo numa lata de tinta forrada com carvão para se aquecer, o Corpo de Bombeiros está em alerta. De acordo com o meteorologista Lizandro Jacobsen, do Simepar, a temperatura irá cair no fim de semana e permanecerá baixa até terça-feira da semana que vem.
O aparelho de gás no banheiro, comum em construções mais antigas, é o mais preocupante por haver pouca ventilação. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelece que deve haver ventilação no ambiente onde estão instalados os sistemas a gás para que o ar circule e se evite intoxicação. O ideal é que o sistema seja instalado na área de serviço, por ser um dos locais mais arejados da casa. Os técnicos sugerem revisão a cada seis ou oito meses.
Ventilação
De acordo com os bombeiros, com a falta de ventilação, o monóxido de carbono se acumula e a pessoa inala o gás sem sentir. Fazer fogueiras dentro de casa na tentativa de aquecer o ambiente é extremamente perigoso, prática que, além de levar à morte, pode causar incêndio. Os profissionais ressaltam a manutenção dos equipamentos como forma de evitar qualquer situação de risco. Em lareiras e fogões à lenha é preciso verificar se a chaminé não está entupida. Com lençóis térmicos, é preciso verificar se há fio da resistência solto na superfície e nunca deixá-lo ligado a noite inteira.
A Companhia Paranaense de Gás (Compagás) orienta também que não só os aquecedores, mas também os butijões de gás recebam atenção no manuseio. Entre as orientações, deve-se verificar se a chama dos equipamentos é de cor azul. Se for de outra cor (amarela, alaranjada ou roxa) estão funcionando de forma defeituosa. Nesse caso, é preciso chamar profissional qualificado para revisar o equipamento e a ventilação; certificar-se de que as saídas dos gases ao exterior estão livres de obstruções e instaladas de forma regulamentada e estar atento para a vida útil do equipamento.