Equipes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço policial do Ministério Público, cumprem na manhã desta segunda-feira (13) sete mandados de busca e apreensão em propriedades de Abib Miguel, conhecido como Bibinho, ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná, acusado de comandar um esquema de desvio de recursos públicos revelado em 2010 pela série Diários Secretos, realizada pela Gazeta do Povo e pela RPC.
As informações preliminares indicam que os promotores buscam provas de corte ilegal de madeira em áreas que estão bloqueadas pela Justiça. Decisões judiciais mantêm sequestrados os bens de Bibinho, como forma de garantir eventuais ressarcimentos aos cofres públicos. As bucas acontecem em Curitiba e Rio Azul, no interior do Paraná.
Operação Castor
A operação ganhou o nome de Castor, mas se trata da segunda fase da Operação Argonauta, que prendeu Bibinho no aeroporto de Brasília em novembro de 2014, ao receber uma mochila com R$ 70 mil. O ex-diretor já foi preso diversas vezes desde 2010 e aguarda julgamento em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica. Ele chegou ser condenado em dois processos criminais, mas as sentenças foram anuladas pelo Tribunal de Justiça e voltaram para a primeira instância.
O coordenador do Gaeco, procurador Leonir Batisti, conta que a equipe recebeu uma denúncia, semanas atrás, de que madeira estava sendo retirada de uma propriedade em Rio Azul. A fazenda tem uma área de reflorestamento, com pinus e eucaliptos. A investigação apontou que o ex-prefeito de Rio Azul Vicente Solda seria responsável pelo corte. Acusado de contratações irregulares, ele perdeu o mandato de prefeito em 2010, e em 2016 teve os bens bloqueados em processo sobre fraude na compra de patrolas.
Buscas
De acordo com o jornal Hoje Centro Sul, o Gaeco fez busca e apreensão em uma empresa que pertence a Vicente Solda. Segundo o Ministério Público, um dos sócios é o atual prefeito da cidade, Rodrigo Solda, filho de Vicente. Na prefeitura de Rio Azul, a informação é de que o prefeito está em viagem e só poderá ser contatado após o almoço.
Também está sendo apurada a denúncia de corte ilegal em uma propriedade de Bibinho em Rebouças. Segundo Batisti, a operação visa a mensurar a extensão da retirada de madeira de áreas que estão indisponíveis por decisão judicial. Algumas propriedades tiveram, recentemente, o leilão marcado, mas o processo foi interrompido pela Justiça.