Foto: Fábio Alexandre |
Diretoria alega que hospital precisa de R$ 300 mil mensais. continua após a publicidade |
A diretoria do hospital São José, em São José dos Pinhais, deve anunciar hoje qual será o futuro da instituição. A diretoria pediu demissão há um mês e deu prazo de 30 dias para as autoridades municipal e estadual decidirem sobre o repasse de verbas. Caso contrário, o hospital poderia fechar as portas. Na semana passada, o governo do Estado informou que vai arcar com a reforma do centro cirúrgico e que vai equipar os leitos de UTI caso o pronto-socorro seja reaberto. Já a Prefeitura se manteve irredutível e reafirmou que a verba mensal destinada à instituição será de R$ 150 mil. A diretoria alega que é preciso R$ 300 mil para custear o hospital.
Ontem à noite, a diretoria e o conselho administrativo iriam analisar a proposta da Secretaria de Estado da Saúde, já que ainda não há definição de onde virá a verba para pagar os salários dos profissionais que vão atuar no pronto-socorro. ?Caso isso aconteça, vai ser preciso desenvolver um projeto para reabertura do pronto socorro, que vai levar alguns meses?, explicou o diretor-geral do hospital, Rodrigo Machado. O futuro financeiro sem o repasse de mais R$ 150 mil também seria avaliado. Caso a decisão seja paralisar o atendimento, Machado explicou que o hospital não vai receber novos pacientes e terá de remanejar os que já estão internados.
Há uma semana, a maternidade, que foi integralmente reformada pela atual gestão – com verbas do plano de saúde ligado à instituição, fechou por falta de profissionais. Machado explicou que, diante da indecisão sobre o futuro do hospital, a maioria dos pediatras deixou a instituição. A atual gestão assumiu há 15 meses, quando o hospital tinha dívidas com fornecedores (194 títulos protestados), estava com contas de água, luz e telefone com sete meses de atraso e com os salários dois meses atrasados. Hoje as contas estão em ordem. No entanto, dos 123 leitos, cerca de 80 estão ocupados. Desse total, 70 são destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS), mas apenas 30 estão ocupados.
A área onde funcionava o pronto-socorro está recebendo pintura nova, porém está vazia. ?Aqui nós poderemos ter duas alternativas. Ou se faz um grande ambulatório para atender pacientes particulares ou, caso haja equilíbrio financeiro, reabre-se o pronto-socorro?, explicou o diretor-geral. Há dois anos, todas as emergências graves são encaminhadas para Curitiba.