O futuro do ensino superior no Brasil está sendo discutido no II Seminário Interinstitucional e I Encontro Internacional de Educação Superior, aberto ontem na Unibrasil, em Curitiba. O principal objetivo do evento é apresentar a professores e universitários as reformulações ocorridas no ensino superior europeu a partir do Processo de Bologna e a sua possível aplicação na América Latina.
Na conferência de abertura, ontem à noite, no auditório da Unibrasil, o professor Antônio Gomes Ferreira, da Universidade de Coimbra, explicou o Processo de Bolonha, que começou a ser discutido em 1998 e deverá ser implantado em toda a Europa e em alguns países da Ásia até 2010, para criar nas universidades um sistema de graduação compatível e de fácil compreensão por todos. Segundo o professor, uma das vantagens desse sistema é a equiparação das universidades. Caso um estudante ingresse em uma instituição e eventualmente opte ou tenha que se transferir para outra universidade européia, ele simplesmente continua o curso normalmente, sem a necessidade de fazer matérias compensatórias por diferenças nas grades dessas distintas instituições.
Para isso, o desempenho acadêmico do aluno será avaliado por unidades de crédito. ?Cada disciplina, cada módulo, cada programa concluído, dependendo do desempenho do aluno, receberá uma pontuação. Quando completar 180 unidades de crédito, por exemplo, o aluno estará graduado?, explicou. Assim, o aluno poderá transferir seus créditos caso precise transferir-se de faculdade. ?A carga de estudo ficará mais rigorosa e mais transparente, avaliando-se a real capacidade de formação das universidades européias?, comenta.
Para o professor, o Processo de Bologna pode ser uma das alternativas para a reformulação do ensino superior brasileiro. O encontro segue hoje, a partir das 9h, na Universidade Tuiuti, no campus Barigüi, onde o professor Antônio Gomes Ferreira explanará sobre as tendências das políticas educativas européias.