A greve dos servidores municipais de Curitiba foi suspensa, ontem, após três dias de mobilização da categoria. Depois da controvérsia na interpretação da decisão judicial da última quinta-feira entre sindicatos e prefeitura, a Justiça definiu ontem que os serviços de saúde, educação, abastecimento e segurança pública, considerados essenciais, devem continuar com pelo menos 90% dos servidores trabalhando.

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Em caso de descumprimento, os sindicatos dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) e do Magistério Público Municipal de Curitiba (Sismmac) podem ser multados em R$ 50 mil ao dia.

Em assembleia, os servidores decidiram ontem que, com essa determinação, é inviável continuar em greve com no máximo 10% da categoria mobilizada. “Esse número é absurdo, não tem como manter a greve nesses termos. É negar o direito constitucional à greve. O sindicato vinha mantendo pelo menos 30% dos servidores nos locais de trabalho, porque entende que esse é um número mínimo”, declarou o assessor jurídico do Sismuc, Ludimar Rafanhin.

Para reverter a decisão, os sindicatos pretendem ingressar com um agravo de instrumento no Tribunal de Justiça do Paraná em até dez dias. “A greve foi suspensa, mas os servidores continuam em estado de greve, podendo voltar à paralisação em decisão tomada em nova assembleia”, avisa o assessor jurídico.

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Adesão

Durante o dia de ontem, a prefeitura contabilizou pouca adesão ao movimento grevista, com 681 ausências ao trabalho, do total de 32 mil servidores na ativa. Foram 12 unidades de saúde com atendimento parcial, sendo três 24 horas, e três escolas municipais fechadas (Colônia Augusta, Lauro Esmanhoto e Paulo Freire).

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O prefeito Beto Richa afirmou ontem acreditar que a greve tem motivação político-partidária. “Não sei de outra gestão que tenha valorizado tanto os servidores quanto a nossa. Não há dúvida que essa greve teve motivação política. Eles querem baderna e nesse jogo nós não vamos entrar”, disse.

A reivindicação dos servidores era de reajuste de quase 30%, sendo 14,61% de perdas salariais mais 15% de ganho real. A prefeitura diz que pode reavaliar a questão salarial apenas depois de julho.