Funcionários da Empresa de Correios e Telégrafos realizaram manifestações ontem em Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel, contra a proposta de reajuste salarial apresentada pelos Correios. Em Curitiba, os manifestantes se reuniram na Boca Maldita e seguiram em passeata até a sede dos Correios, na Rua João Negrão.
A categoria pede 6,61% de reajuste salarial, mais 20% de aumento real e as perdas acumuladas desde 1994, que somam 52,23%. No entanto, a direção dos Correios ofereceu 8% de reajuste, abono salarial de R$ 400 e um aumento de R$ 1 no vale-alimentação. Numa assembléia realizada no Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom/PR) na última quinta-feira, a proposta da empresa foi rejeitada por unanimidade e esta semana foi aprovado o indicativo de greve nacional da categoria, a partir do dia 13.
De acordo com Nilson Rodrigues dos Santos, secretário-geral do Sintcom, a manifestação de ontem teve por objetivo pressionar a direção dos Correios. ?Esperamos que eles se sensibilizem?, disse.
No dia 13, haverá nova assembléia da categoria para analisar uma possível nova proposta da direção dos Correios. De acordo com Santos, caso a proposta seja insatisfatória ou não ocorra, a greve será deflagrada na próxima semana. Uma nova reunião entre sindicalistas e a direção dos Correios está marcada para amanhã, em Brasília.
Deficientes
Paralelamente ao protesto dos carteiros, em Curitiba, integrantes do movimento Voz do Silêncio protestaram na Boca Maldita. A entidade intermedia as negociações entre trabalhadores surdos que foram contratados para trabalhar nos Correios e, em setembro do ano passado, quando acabou o contrato de quatro anos, todos foram demitidos e não tiveram todos os direitos pagos. De acordo com Silas Adonai Weiss, coordenador do movimento, ao todo 16 surdos foram demitidos e destes apenas seis tiveram seus direitos pagos. ?A empresa chegou a fazer acordo, mas não pagou?, disse.