O Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR) promoveu ontem, em frente à Delegacia Regional do Trabalho (DRT-PR), em Curitiba, um protesto contra a falta de pessoal nos Correios no Paraná. A manifestação deveria ocorrer durante uma mesa-redonda, marcada entre o sindicato e representantes da estatal para discutir o problema da sobrecarga de trabalho provocada pela falta de efetivo, mas devido ao protesto, o advogado dos Correios decidiu não participar do encontro.
O secretário-geral do Sintcom-PR, Nilson Rodrigues dos Santos, classificou a ação como desrespeito. ?Agora eles não querem nem mesmo dialogar. Tem carteiro trabalhando as duas horas extras regulamentares e tendo que ficar mais tempo sem receber por isso?, acusa.
O carteiro Airton Belem, por exemplo, afirma trabalhar há 20 dias, incluindo sábados e domingos, sem receber folga, das 7h30 às 20h com apenas 15 minutos de almoço. ?A empresa aposta no medo dos funcionários em se manifestar. Mas não dá para ficar mais calado?, diz.
Segundo estimativa do sindicato, o déficit de carteiros no Estado é de aproximadamente 30% do efetivo atual, que chega a quase 3 mil carteiros. ?Seria necessário contratar pelo menos 800 novos carteiros?, diz Santos. Os Correios no Paraná realizarão no domingo concurso para carteiro e atendente comercial. ?O problema diz respeito ao número ínfimo de vagas: apenas 49?, avalia Santos.
A reportagem de O Estado entrou em contato com a assessoria dos Correios, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.
