Braços cruzados

Funcionários dos Correios podem entrar em greve

Os funcionários dos Correios de todo o Brasil podem cruzar os braços a partir da noite desta quarta-feira (17). Uma assembleia está marcada para às 19h e deve decidir o futuro das negociações entre os trabalhadores e a estatal. Caso a reunião tenha como resultado a paralisação, os serviços serão interrompidos a partir das 22h desta quarta.

A categoria pede, entre outras coisas, correção da inflação de 6,5% nos salários, reajuste de 8% de ganho real e de 11,94%, referente às perdas históricas. Além disso, são reivindicados R$ 40 de vale alimentação e R$ 300 de aumento linear.

Segundo Wilson Dombroski, diretor do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios no Paraná (Sintcom-PR), o menor salário dentro da empresa, de R$ 1.080, está muito longe do ideal pretendido. “Por isso, propomos o aumento linear, para tentar diminuir a distância entre os ganhos dos trabalhadores”, ressaltou. E completou: “De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo no Brasil deveria ser de R$ 3 mil. Não estamos nem perto isso”.

Com a paralisação das atividades, os trabalhos de entrega e triagem serão duramente afetados. Algumas agências dos Correios também podem fechar as portas. Outro serviço que poderá sofrer com a greve é a distribuição de urnas eletrônicas, que serão usadas nas eleições deste ano. Para Dombroski, caso a mobilização continue até o período de distribuição dos equipamentos (que ainda não está marcado), as eleições podem ser prejudicadas.

Saúde

Os trabalhadores dos Correios também pedem para que o atual plano de saúde seja mantido e não privatizado. Segundo o Sintcom-PR, um acordo coletivo impede que o Postal Saúde seja transformado em plano privado, no entanto, a estatal teria demonstrado interesse em implantar um serviço terceirizado.

Proposta

A assessoria de imprensa dos Correios informou que concorda com a correção da inflação, mas foi contrária ao aumento linear. A estatal propôs gratificação de R$ 200 pagos a mais de 90 mil funcionários em todo o Brasil. No entanto, esse pagamento seria referente ao alcance das metas estabelecidas de produtividade.

“Dessa forma é muito ruim, não trem impacto real no salário. As metas propostas pelos Correios são muito altas e difíceis de serem alcançadas”, ponderou Dombroski.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) é responsável por fazer a mediação entre os Correios e os trabalhadores nas conversas que têm acontecido em Brasília.

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