Não houve acordo na audiência de conciliação e instrução realizada ontem entre os trabalhadores em greve e representantes da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), que durou mais de quatro horas no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Sem o acordo, vai ser marcada data para julgamento do dissídio coletivo.
O TST chegou a apresentar uma nova proposta, que foi aceita pela ECT, mas não pelos funcionários. A proposta previa vigência do acordo coletivo por um ano, conforme os trabalhadores queriam inicialmente; reajuste salarial de 4,5% retroativo ao mês de agosto; concessão de aumento real e linear de salário de R$ 100, mediante a não concessão de aumento real no período de agosto de 2010 a julho de 2011 e reajuste no valor de outros benefícios, com compensação das horas paradas.
À tarde, os funcionários do Paraná decidiram pela continuidade da greve, em assembleia realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR).
A paralisação entra hoje em seu décimo dia. “O TST colocou a restrição de que, se aceitássemos a proposta, no ano que vem não poderíamos reivindicar reajuste acima da inflação e não concordamos com isso”, informou o secretário-geral do Sintcom-PR, Nilson Rodrigues dos Santos.
Em todo o País, já são pelo menos 12 sindicatos do total de 35 que decidiram pela volta ao trabalho. Ontem, Rondônia e São Paulo (o maior sindicato do País) decidiram aceitar a proposta do TST e acabar com a greve.
A expectativa da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) é de que, com a saída do sindicato paulista do movimento grevista, outros estados possam fazer novas assembleias hoje e seguir a decisão de São Paulo. É preciso que pelo menos 18 sindicatos decidam pela volta ao trabalho para que a greve acabe.
