A onda de greves não pára, no Brasil. Dessa vez, a paralisação atingiu o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão subordinado ao Ministério do Meio Ambiente. Os trabalhadores reivindicam o enquadramento imediato dos aposentados e pensionistas na carreira de especialista em meio ambiente; inclusão da gratificação de cerca de 55%, já concedida aos servidores da Agência Nacional das Águas (ANA), e transformação dos cargos de analista e técnico administrativo em analista e técnico administrativo ambientais.
A paralisação atingiu a sede do Ibama em Brasília e outras 30 gerências estaduais, além dos escritórios regionais. No Paraná, além da gerência na capital, os trabalhos foram suspensos nos escritórios regionais de União da Vitória, Porto de Paranaguá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Londrina e Guaraqueçaba, Bases de Pesquisas Avançadas de Francisco Beltrão, Paranavaí e Loanda, as Florestas Nacionais de Irati e Açungui e os Parques Nacionais de Superagui e Saint-Hilaire Lange.
José Joaquim Crachineski, do comando de greve no Paraná, explicou que todas as reivindicações feitas pela categoria já haviam sido discutidas no ano passado em reuniões com o governo federal. No entanto, nenhum dos itens levantados nesses encontros foi oficialmente documentado. “Aguardamos durante quase um ano a confirmação do que tínhamos reivindicado, e nada foi definido. Esperamos que com essa mobilização isso possa ser resolvido”, disse.
De acordo com a Associação dos Servidores do Ibama (Asibama), a greve poderá prejudicar a fiscalização das áreas ambientais, a emissão de licenciamento e o transporte de qualquer tipo de carga florestal. Como os funcionários do Ibama não vão liberar as guias de licenciamento, qualquer tipo de produto de origem florestal deve ficar parado, como carregamento de madeira e até importação e exportação de automóveis, por causa dos pneus.
A falta de licenciamento ambiental também impede qualquer empreendimento que dependa da autorização do Ibama, como obras em hidrelétricas e até a construção de fábricas, que passam por uma avaliação técnica sobre os níveis de poluição. “Está tudo parado. Ninguém trabalha. O governo afirma que vai atender as reivindicações, mas enquanto não estiver tudo pronto e for apresentado um ofício com as mudanças, a greve vai permanecer”, garantiu.