Representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público do Paraná (Sinditest-PR) realizaram na manhã desta terça-feira uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) com participação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), responsável por administrar o Hospital de Clínicas.
A reunião tinha como intensão tentar barrar a greve dos servidores da Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar) que acontecerá nesta quarta-feira (04) a partir das 7h, durante um ato em frente à Reitoria da UFPR. A paralisação tem dois objetivos principais: impedir que o HC se vincule à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e desmantelar a ação judicial que ordena a demissão de mais de 900 funcionários vinculados à Funpar.
Segundo o diretor do Sinditest-PR, José Carlos de Assis, o Ministério Público do Trabalho do Paraná (MPT-PR) chegou a pedir que a desembargadora Ana Carolina Zaina decretasse a abusividade da paralisação, no entanto, o pedido só será analisado quando a mobilização for colocada em prática. Para o procurador do MPT-PR, Ricardo Bruel da Silveira, a greve não é motivada por nenhum fato novo, o que não justifica, portanto, a paralização. “A garantia de emprego pretendida restou convencionada em instrumento coletivo firmado pelas partes no último dia 29 de maio”, afirmou Bruel.
O Sinditest-PR e a administração do HC estão gerenciando uma nova escala de trabalho para ser executada durante a greve dos servidores. A prioridade será de atendimento às emergências.
Reunião
O Sinditest-PR organizou, também nesta terça-feira, uma reunião entre os funcionários do HC para demonstrar a inviabilidade da adesão à Ebserh. José Carlos de Assis afirmou que, caso o plano seja colocado em prática, a administração do HC será “totalmente privatizada e isso não é bom”. Segundo o diretor da entidade que representa os servidores, o HC possui duas funções por excelência, que é promover a saúde (de pacientes) e a educação (de estudantes da área da saúde) e com a Ebserh não será possível exercer as duas atividades.
Uma nota do reitor da UFPR, Zaki Ake Sobrinho, enviada nesta segunda-feira (02) afirmava que a única opção de sobrevivência do HC seria aderir à Ebserh. Para Zaki Ake, a mudança na forma de gestão é importante para que o hospital volte a atender com maior número de leitos. O destino do HC será decido em reunião na manhã desta quarta-feira (04), quando o Conselho Universitário (Coun) votará ou não pela adesão à empresa estatal.