Aproximadamente 100 trabalhadores do Hospital Evangélico, em Curitiba, ligados ao Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região (Sindesc), protestaram ontem por causa dos atrasos no pagamento de salários, auxílio-alimentação, transporte, férias e outros direitos trabalhistas.
Para o diretor do Sindesc, Natanael Marchini, a manifestação de ontem foi o início de uma mobilização que poderá ser maior. “O hospital vem há muito tempo atrasando salários e benefícios aos seus funcionários. Muitos deles já estão com problemas envolvendo juros por causa do atraso no recebimento de seus rendimentos. Caso nenhuma atitude seja tomada pela direção do hospital até dia 5, poderemos entrar em greve”, adianta.
Alguns funcionários do Evangélico completaram ontem 30 dias sem receber o auxilio-alimentação. “Isso é inaceitável. Os funcionários não têm condições de seguir assim. Além disso, existem problemas envolvendo férias e até mesmo o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço)”, ressalta.
O diretor geral do Hospital Evangélico, Constantino Miguel Neto, reconhece a manifestação, mas aponta problemas no caixa como a razão dos atrasos. “Primeiramente, os salários não estão atrasados. O que existe é um problema pontual no pagamento do vale-transporte e do vale-refeição. Estamos com uma dificuldade no caixa por isso não conseguimos acertar o salário e os benefícios ao mesmo tempo. O pagamento dos vales deverá acontecer no decorrer do mês, conforme o hospital for melhorando sua situação financeira”, disse.
De acordo com ele, vários fatores levaram o hospital a chegar nesse ponto. “Somos uma instituição que destina 90% do seu trabalho ao SUS (Sistema Único de Saúde). Todos sabemos que o SUS tem um problema nacional. O pagamento do 13.º salário é outro agravante nessa condição, pois esse pagamento aliado ao baixo rendimento entre janeiro e fevereiro nos deixou com essa dificuldade de caixa”, conta.
Quanto à possibilidade de greve, o diretor afirma que esse não deve ser o caminho a ser seguido, pois prejudicaria ainda mais a situação do hospital. “Esse tipo de pressão funcionaria se tivéssemos dinheiro em caixa para pagar, o que não acontece. Uma greve complicaria o hospital e toda população que nele é atendido. Sem trabalhar o hospital não traz dinheiro ao caixa. Por isso, trabalharemos para regularizar essa situação ao longo do mês”, adianta.