Servidores do Detran cruzam os braços hoje, por tempo indeterminado, para cobrar do governo do Estado o cumprimento de uma série de reivindicações. A categoria planejava deflagrar a greve em dezembro, mas recuou após a direção garantir o pagamento do reajuste dos encargos especiais. “Recebemos por dois meses e agora já está com um mês de atraso. Foi feito um acordo, que não está sendo cumprido, por isso esta insatisfação dos servidores”, relata a secretária do Sindicato dos Servidores do Detran do Paraná (Sisdep), Silvia Penerotti.

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O Sisdep também cobra novo concurso; melhorias de espaço físico, equipamentos e condições de trabalho; reajustes e regulamentações das gratificações e insalubridade; e criação de quadro próprio de pessoal.

Durante a paralisação, funcionários farão rodízio para manter serviços essenciais: liberação de veículos apreendidos; processos de veículos que envolvam serviços essenciais ou emergenciais; primeiro registro de veículos; exames práticos para processo de primeira habilitação que estejam vencendo em 30 dias; recebimento e devolução de carteira nacional de habilitação (CNH) suspensa; e renovação de CNH vencida há mais de 30 dias. Os servidores se reunirão em frente ao prédio sede do Detran, no Tarumã.

Falta de pessoal

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“Em qualquer Ciretran você percebe que falta gente. São pouco mais de mil servidores estatutários em todo o Estado. Essa quantidade não supre a realidade, diante do aumento da quantidade de veículos e, consequentemente, da demanda pelos serviços”, diz. Segundo a sindicalista, vários servidores deixam o Detran por aposentadoria ou falta de perspectiva de carreira. “Com isso, o quadro fica reduzido, cada funcionário faz o serviço de dois ou três, gerando filas”, comenta. A gratificação dos examinadores está congelada em R$ 2,50 a hora desde 2003. A categoria pede valor proporcional ao número de provas aplicadas. Já a insalubridade é de R$ 40 desde 1993.

Autarquia garante diálogo

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Em nota à imprensa, o Detran informou que, apostando no diálogo, realizou diversas reuniões com o Sisdep desde 2011. “Todos os canais de comunicação criados estão mantidos e todos os itens solicitados pelo sindicato foram debatidos com prazo claro e objetivo de implantação. Os acordos firmados foram rigorosamente respeitados e o pagamento do reajuste de encargos especiais em 60% cumpre exatamente o que ficou determinado pela lei aprovada em janeiro deste ano”, diz o comunicado.

O órgão informa ainda que recorreu à Justiça questionando a legalidade do movimento e preparou plano de contingência para minimizar os problemas aos usuários. A autarquia vai remanejar funcionários, principalmente os estatutários com cargos comissionados, para garantir o atendimento das Ciretrans. Alguns serviços podem ser realizados pela internet. O órgão acredita que os serviços de veículos devem ser os menos prejudicados, já que 85% deles, incluindo transferência, certidões e vistorias, já são feitos por despachantes.