Trabalhadores de redes de fast food de Curitiba realizaram no fim da manhã de ontem uma manifestação por salários justos, melhores condições de trabalho e especialmente pelo fim da jornada variável. O ato aconteceu na Boca Maldita e reuniu cerca de 100 pessoas. Segundo os organizadores, o protesto na capital faz parte de um movimento global que ocorreu em 30 países neste dia 15 de maio, no marco de uma “globalização” da campanha por aumento salarial.
Para o presidente da Federação dos Empregados em Turismo e Hospitalidade do Paraná (Fethepar), Wilson Martins, hoje a grande reivindicação é contra a jornada variável implementada nas principais lanchonetes de redes de fast food do Brasil. “É um completo absurdo. O trabalhador é encostado numa sala e quando tem movimento ele vai para o trabalho. Porém, só são contadas as horas que ele de fato trabalha”, explica.
De acordo com a Fethepar, em junho de 2010 o Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro obteve parecer favorável à proibição da jornada em trabalho móvel e variável em duas lojas da rede de restaurantes. Em São Paulo também o MPT acolheu recurso contra a modalidade. “Já temos mais uma ação no MPT e esperamos que ela avance, pois não há negociação alguma com as redes. Elas não nos recebem”, diz.
Atividades de risco
No Paraná, o Ministério Público denunciou a rede McDonalds pela presença de menores que trabalham nas unidades da rede e estariam exercendo funções que colocam em risco a saúde dos adolescentes. “Os riscos estão na variedade de atividades que são exercidas por esses menores de idade. Riscos que vão desde a limpeza de banheiros à fritura de batatas e hambúrgueres”, completa Martins.