Médicos e funcionários do Hospital e Maternidade São José, de São José dos Pinhais, fizeram ontem uma passeata pela cidade para protestar contra o pedido de demissão da direção do hospital. O grupo foi nomeado em 2005 pelo juiz da comarca do município para assumir a administração da unidade e, desde então, vinha colocando as contas da instituição em dia. No entanto, a direção reclama da falta de apoio do executivo municipal e estadual. Ainda faltam R$ 150 mil por mês para que o hospital não feche no vermelho. Além disso, o governo estadual também havia prometido a instalação de mais leitos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas isto não ocorreu.
O superintendente do hospital, Rodrigo Pinheiro Machado, explica que o hospital vem passando por um período de reestruturação nos últimos 14 meses. Em novembro de 2005, o juiz da comarca da cidade nomeou um grupo de empresários locais para administrar a instituição que vinha apresentando uma série de problemas. Na época, apenas dois pacientes estavam internados, faltava alimentação e remédios, havia 200 títulos protestados, dívidas com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
A dívida de R$ 2,5 milhões foi parcelada, os salários dos funcionários e a compra de remédios e alimentos ficaram em dia. O quadro de funcionários também foi reduzido de 310 para 220. ?Era um cabide de emprego?, disse Rodrigo. No entanto, na época os governos municipal e estadual se comprometeram a ajudar na manutenção do hospital. O governo estadual repassaria R$ 100 mil por mês e também abriria outros cinco leitos de UTI. Hoje a unidade tem apenas cinco e não são suficientes para atender toda a demanda. É o único da cidade que oferece o serviço.
A Prefeitura vem colaborando com o repasse de R$ 150 mil por mês, mas o dinheiro não é suficiente, faltando mensalmente outros R$ 150 mil. Diante deste quadro, a direção do hospital resolveu pedir demissão sexta-feira. Nesse mesmo dia, médicos e funcionários, temendo que a situação voltasse ao caos anterior, resolveram protestar. Em apoio à direção, eles suspenderam os serviços eletivos. Ontem os profissionais se reuniram em frente ao hospital e saíram em passeata até a Câmara Municipal, com faixas de protesto e nariz de palhaço. Depois seguiram até a Prefeitura, onde foram recebidos pelo prefeito Leopoldo Meyer. Na segunda-feira haverá uma reunião com o secretário de Estado da Saúde, Cláudio Xavier.