Funcionários de escolas públicas estaduais realizaram ontem pela manhã uma manifestação em frente à escola Leôncio Correa, no bairro do Bacacheri, zona norte de Curitiba. A categoria reclama que há dois meses a Secretaria Estadual da Educação não repassa o vale-transporte para os servidores. Muitos estão indo trabalhar a pé porque não têm dinheiro para pagar o ônibus.
O atraso no repasse do benefício acontece com freqüência, denunciam os funcionários, só que dessa vez já chega a quase dois meses. A secretária Fátima Regina Macedo afirma que a secretaria desconta 1% do salário referente ao vale-transporte, porém, não entrega em dia. “Quem são os prejudicados são os servidores que ganham menos, e não têm de onde tirar dinheiro para vir trabalhar”, disse.
A auxiliar de serviços gerais Maria Brum Antônio tem 60 anos e está indo a pé para o trabalho. Ela mora na Barreirinha e caminha cerca de meia hora até chegar à escola, no Bacacheri. O mesmo acontece com Sara de Paula, que mora em Colombo. “Quando não consigo carona, o jeito é vir a pé”, disse. Os servidores reclamaram ainda que estão há oito anos sem aumento, e a base salarial da maioria desses trabalhadores é de R$ 228,00. Eles prometem aderir à greve geral dos professores, que deve iniciar dia 17 deste mês.
A Secretaria de Educação admitiu o atraso no repasse do vale-transporte. O argumento é que houve demora no repasse dos recursos por parte da Secretaria de Finanças. A promessa é que até no fim da tarde de ontem a secretaria deveria resolver o problema.