Os funcionários da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) decidiram em assembléia, ontem, paralisar as atividades na próxima quinta-feira. Eles não concordam com a proposta apresentada pela empresa, que prevê apenas o reajuste salarial e um aumento inferior ao esperado para o vale-alimentação. A categoria reivindica também o pagamento de adicionais por considerarem o trabalho de alguns funcionários insalubre e de risco. No entanto, na próxima quarta-feira uma nova assembléia será realizada para confirmar a decisão.
A assembléia foi realizada na sede da própria empresa e o diretor financeiro do sindicato que representa a categoria, Adilson Nunes, calcula que pelo menos 400 funcionários participaram. ?A maioria foi a favor do movimento. Ainda não sabemos se a paralisação vai se estender para outros dias. Vai depender da resposta da Urbs?, explica. No entanto, há ainda a possibilidade de os trabalhadores nem cruzarem os braços na quinta-feira, caso a Urbs se adiante e faça uma contraproposta.
Adilson comenta que a categoria está em negociação desde o mês de maio. Além de repor a inflação do período, calculada em 6,7%, eles querem que a empresa reajuste para R$ 320 o valor do vale-alimentação e não para R$ 277, como foi proposto. ?O vale sempre acompanhou o salário mínimo?, explica Nunes.
Os trabalhadores também querem ganhar adicionais devido à insalubridade e o risco a que estão expostos. ?Há vários casos de agentes atropelados enquanto coordenavam o trânsito, além disto trabalham à noite e sob a chuva?, exemplifica. De acordo com o sindicalista, há três anos a categoria vem tentando convencer a empresa sobre a importância dos adicionais, mas até agora não obteve resultado. O sindicato ainda não definiu um valor para a possível gratificação. ?Queremos primeiro o reconhecimento do direito, depois falaremos em valores?, diz.
Reflexos
Se os funcionários da Urbs entrarem em greve, o comércio no centro da cidade pode ser afetado. Sem a fiscalização não haverá rodízio de carros nos locais onde há EstaR: o tempo máximo permitido para permanecer no mesmo local é duas horas. Além disso, as pessoas que quiserem comprar vales-transporte ou fazer o seu cartão-transporte terão dificuldades. Outro problema seria a falta de limpeza em prédios públicos, como o da rodoferroviária.
Hoje, a categoria conta com 1,5 mil funcionários divididos em cinco categorias: administração, limpeza de equipamentos urbanos, agentes de trânsito, fiscais do transporte coletivo e de táxi e manutenção. O salário médio gira em torno de R$ 700.