O Sindicato dos Trabalhadores no Saneamento do Paraná (Saemac) vem mantendo o indicativo de paralisação dos servidores da Companhia Paranaense de Saneamento (Sanepar) para a próxima segunda-feira.
O indicativo foi definido em assembleia da categoria realizada no último dia 15. Os trabalhadores reivindicam o pagamento do Programa de Participação nos Resultados (PPR), referente ao exercício de 2008.
O presidente do Saemac, Gerti José Nunes, diz que o sindicato vem procurando encaminhar a reivindicação diretamente para o governador do Estado, Roberto Requião, no intuito de evitar a greve.
“O pagamento do PPR está dependendo só do governador sancionar. A greve está mantida para segunda-feira, caso não haja evolução nas conversas”, afirma Nunes.
A Sanepar informou que o pagamento do PPR estaria impedido por conta do Decreto estadual 1.978/07, que proíbe o rateio de lucros de empresas que mantiverem dívidas com o Estado. A assessoria de imprensa da companhia, no entanto, não informou o volume da dívida que a empresa teria com o Estado, porém admite que a maior parte decorre de financiamentos de obras do programa ParanáSan.
Para o Saemac, contudo, a dívida com o Estado passaria dos R$ 700 milhões. Segundo a Sanepar, o pagamento da dívida já está sendo estudado. Além do pagamento do PPR, o sindicato ainda pede que o governo transforme a Sanepar em uma empresa exclusivamente pública.
“Isso permitiria à empresa, ao invés de distribuir cerca de R$ 700 milhões entre sócios privados, investir em saneamento básico e melhorias dos serviços prestados para a população”, diz Nunes.
Caso a greve de fato aconteça, Nunes afirma que estariam afetados os serviços de manutenção e de leitura e o atendimento ao público. Assim, no caso de haver vazamentos poderá não haver consertos. No entanto, o presidente do Saemac garante que o abastecimento não deve ser afetado.
Os servidores chegaram a realizar vários protestos em unidades da Sanepar no Estado. Na última terça-feira, a reivindicação foi levada à Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal de Curitiba.
Ontem, representantes do Saemac iriam se reunir com deputados da ala governista, na Assembleia Legislativa do Paraná, para discutir uma possível intercessão por um posicionamento do governo do Estado sobre o tema.
