Depois que internos do Centro de Socioeducação (Cense) São Francisco, em Piraquara, sinalizaram um princípio de rebelião na noite desta quinta-feira (20), um funcionário teria sido suspenso por comunicar a situação ao Sindicato dos Servidores Públicos da Secretaria da Criança e da Juventude (Sindsec). O Sindsec deve encaminhar uma denúncia formal relatando o fato ao Ministério Público do Paraná (MP).

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Em nota, o educador e dirigente do Sindsec, Jacir Alves Aguirre afirma que, em determinado momento da confusão, decidiu comunicar a situação ao presidente do Sindsec, Mário Monteiro. Aguirre diz que, após a situação ter sido controlada, o diretor da unidade, Julio Cesar Botelho, reuniu a equipe para questionar e descobrir quem havia tomado a iniciativa de avisar o sindicato. Segundo Aguirre, o diretor do Cense determinou o seu afastamento neste momento, alegando que o funcionário havia infringido normas.

Segundo Mário Monteiro, comunicar o sindicato não poderia ser considerada uma atitude ilegal. “Os funcionários estão se sentido inseguros em razão das péssimas condições de trabalho e precisam do apoio do sindicato. Fomos acionados, mas nos impediram de entrar no educandário. É um absurdo”, diz.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Criança e da Juventude afirma que a atitude de avisar pessoas externas é considerada “quebra de procedimento”, mas nega que o educador tenha sido afastado. O diretor do Cense também afirma que não houve suspensão, mas apenas uma advertência. “O funcionário foi advertido verbalmente porque temos um protocolo a cumprir. Quando existe crise não é o sindicato que tem que ser acionado”, afirma.

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Ainda segundo Botelho, as informações repassadas por Aguirre causaram transtorno no Centro de Socioeducação. “As famílias dos adolescentes ficaram apavoradas, muitas pessoas compareceram à unidade preocupadas, achando que estava acontecendo uma rebelião. Foi um alarde desnecessário”, diz.

De acordo com a direção do educandário, um adolescente teria ateado fogo em um pedaço de colchão e o atirado no corredor, mas a situação teria sido resolvida rapidamente pelos próprios funcionários. Entretanto, o presidente do sindicato afirma que a rebelião foi maior, com a participação de cerca de 10 adolescentes. Segundo a sala de imprensa da Polícia Militar, os policiais foram acionados, mas não precisaram intervir.

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