Foi frustrada a tentativa da Prefeitura de Curitiba de desativar a transposição sobre a linha ferroviária da Rua Amador Bueno, entre Vila Centenário e Vila São Domingos, na região do Cajuru, zona leste da capital. Por volta das 9h de ontem, quando chegou a equipe da Diretoria de Trânsito (Diretran), os moradores se reuniram em volta da linha férrea, impedindo o trabalho das máquinas. O protesto dos moradores só terminou próximo das 12h, quando o administrador da Regional Cajuru, José Eduardo de Lima Conter, chegou no local e anunciou que a execução da obra, em princípio, seria cancelada.
Os moradores alegavam que seriam prejudicados com o fechamento do cruzamento com a linha férrea, pois os carros e os ônibus ficariam impedidos de passar pelo local. “Não vamos aceitar isso. Como vão ficar as crianças e idosos, que terão que andar mais para pegar ônibus e não terão mais segurança?”, questionou a presidente da Associação Vila Centenário, Marlene Prestes. O protesto dos moradores, com faixas improvisadas criticando o prefeito Cássio Taniguchi, fez com que a Polícia Militar solicitasse reforço. Estavam no local duas viaturas do Batalhão de Trânsito (BPTran) e três do Regimento de Polícia Montada (RPMont), cada uma com dois policiais.
Para acalmar o ânimo da comunidade, José Conter convocou uma reunião com as lideranças das vilas, que deverá acontecer amanhã, na própria regional. O fechamento das transposições sobre as ruas Amador Bueno e José Giostri Sobrinho estava previsto em acordo firmado entre a Prefeitura e a América Latina Logística (ALL) – concessionária das ferrovias da Malha Sul da Rede Ferroviária Federal (RFFSA) -, em outubro do ano passado. Indignados, os moradores das duas vilas disseram que não foram consultados e que o comunicado da Prefeitura foi colocado durante a noite.
Segundo o presidente da comunidade São Domingos, Adair da Silva, o fechamento da passagem de nível na Rua Amador Bueno, que existe há cerca de 25 anos, vai aumentar o banditismo no local, já que as viaturas ficarão impedidas de circular na região. Além disso, vai mudar o itinerário das linhas Acrópoles e Agrícola, que não vão mais passar pela Rua Amador Bueno. “Só nessa avenida são mais de dois mil passageiros por dia”, apontou Adair.
