Quem necessita pegar táxi em Curitiba nestes dias chuvosos está precisando ter aulas de relaxamento com monge tibetano. A espera pela condução pode chegar a até uma hora. Para complicar a situação, a proximidade com o Natal gera um aumento no trânsito e uma corrida que levaria 10 minutos pode levar o triplo do tempo.

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Ao todo, Curitiba conta com 2.252 veículos de transporte comercial, divididos entre convencionais (2.228), executivos (20) e para portadores de necessidades especiais (4).

Para o advogado e professor de Direito do Trânsito da Unicuritiba, Marcelo Araújo, todo este caos acontece porque a frota da capital paranaense é a mesma de maio de 1975, ou seja, 35 anos sem aumento no número de táxis rodando.

“Ao longo deste período, a cidade de Curitiba cresceu bastante, houve um aumento significativo no número de habitantes e o transporte público ainda não atende alguns requisitos para que o cidadão possa utilizá-lo em vez do táxi. O número de táxis hoje é insuficiente para atender bem a população”, opina.

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O professor diz ainda que é preciso fazer um estudo para ver quantos novos veículos comerciais poderiam trabalhar em Curitiba. “É difícil apontar quantos novos táxis nossa cidade precisa. Seriam interessantes soluções alternativas, como o mototáxi. E é preciso ver se estes táxis estão espalhados pela cidade ou concentrados apenas em algumas regiões. Muitos dos nossos bairros não precisam utilizar o Centro para fazer compras, ir ao banco, entre outras tarefas, e encontram dificuldades para achar táxi”, avalia.

Trânsito

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Todavia, o presidente do Sindicato dos Taxistas de Curitiba (Sinditaxi), Pedro Chalus, não concorda que deveria haver mais táxis nas ruas, embora admita que algumas situações geram mal-estar para o cliente.

“Não é colocando mais carros que vamos resolver a situação. Concordo que na hora do rush e em dias de chuva o cliente precisa de paciência, mas com mais carros no nosso trânsito vai ficar impossível circular. Se a Prefeitura fizer uma licitação para aquisição das placas, tudo bem, mas colocar táxis de outra maneira nós somos contra”, conta.

Ele revela também que mesmo com frota igual há 35 anos, a classe perdeu clientes por conta de novos serviços. “Há mil vans que fazem o transporte escolar e de empresas, que tiraram nosso serviço. Outro exemplo está no serviço de motoboy, que retirou uma fatia do nosso mercado. Estimamos perda de 60% do lucro com a utilização destes veículos de transporte comercial”, afirma.

A assessoria de imprensa da Urbs informou que há um estudo para verificar a necessidade de novos táxis para Curitiba. Contudo, ainda não há uma data para a conclusão deste trabalho.