Maio está quase no fim, mas funcionários de postos de combustíveis do Paraná estão longe do consenso com os patrões em relação à data-base. Os donos dos estabelecimentos propõem aumento salarial baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado no período, de 7,16%. Já o Sindicato dos Frentistas de Curitiba e Região Metropolitana (Sinpospetro) reivindica 25%. Para eles, a insistência na reposição inflacionária impedirá o fechamento do acordo e poderá levar a categoria à greve ainda no próximo mês, depois de nova rodada de negociações marcada para o próximo dia 3.
O presidente do Sinpospetro, Lairson Sena, argumenta que os lucros não estão sendo compartilhados com os trabalhadores. “Ganhamos abaixo do piso regional. Tanto o reajuste quanto nossas reivindicações sociais são justos. E a negociação desse ano só será acordada se for decente e qualificada”, defendeu. Segundo o sindicalista, o piso salarial nos postos é de R$ 769, mas a categoria pede R$ 1,1 mil.
O outro lado
Pelos números do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis no Paraná (Sindicombustíveis-PR), o frentista recebe salário inicial de R$ 1,5 mil. “E há uma carreira com importante evolução salarial. Tem chefe de pista e gerente recebendo até R$ 7 mil”, afirma o presidente da entidade, Roberto Fregonese. Ele explica que nas cláusulas sociais já foram oferecidos reajustes que correspondem ao dobro do INPC. Quanto ao salário, diz que a correção não poderá ficar tão distante da reposição inflacionária. “Qualquer aumento a mais vai impactar no preço do combustível na bomba”, alerta.