A Polícia Federal e auditores ficais do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) estão investigando um rombo de R$ 7 milhões causado à Previdência no Estado. Ontem, na operação batizada de Caduceu, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em sete cidades do Paraná, inclusive em Curitiba, Londrina e Foz do Iguaçu. Calcula-se que 120 empresas estejam envolvidas em 900 processos trabalhistas fraudados. Até agora são 12 suspeitos, entre contadores, contabilistas e pessoas ligados ao grupo. Mas ninguém foi preso ainda.
A operação foi desencadeada às 6h da manhã de ontem e contou com a participação de 77 policiais federais e 12 auditores fiscais. A empreitada foi batizada de Caduceu, símbolo do curso de economia, porque as fraudes eram cometidas junto à contabilidade das empresas. Elas fraudavam a Previdência de várias maneiras. Em uma delas, a quadrilha pegava o CNPJ de empresas ativas e inativas e registrava um funcionário que estava prestes a se aposentar. Mesmo sem trabalhar, o funcionário entrava com o pedido de aposentadoria junto à Previdência. Em outros casos, as demissões eram fraudadas e as empresas ficavam com o seguro-desemprego. Por mês, o rombo chegava a R$ 176 mil no Estado.
A quadrilha estaria cobrando das empresas R$ 13 mil para fazer as falsificações, mas ainda não se sabe quantas pessoas fariam parte do esquema. A PF ainda não calculou o valor do material apreendido – entre eles estão computadores, documentos, guias de recolhimento da Previdência, carimbos e dados das empresas. Só em um escritório em Londrina foram apreendidas 150 carteiras de trabalho falsificadas. Ainda no local, a PF encontrou carimbos falsos que atestavam a legitimidade do registro do emprego. Tudo será enviado para Curitiba, onde auditores do INSS e peritos da PF farão a análise dos documentos.
Segundo a PF, todos os mandados de busca e apreensão foram concedidos pela 1.º Vara Federal Criminal de Curitiba. Além de Curitiba, Londrina e Foz do Iguaçu, as apreensões também ocorrem em Lunardelli, Ludianópolis, Ivaiporã e Jardim Alegre. Ninguém foi preso ainda, o que, segundo a PF, deve ocorrer durante o inquérito.