O corpo do diretor-presidente da Rede Paranaense de Comunicação (RPC), Francisco Cunha Pereira Filho, foi sepultado ontem à tarde, no Cemitério Municipal São Francisco de Paula, em Curitiba. Francisco faleceu na noite da última quarta-feira, em sua casa, aos 82 anos.
A morte ocorreu devido a uma parada cardiorrespiratória. O velório ocorreu ontem no salão da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde foi realizada uma missa celebrada pelo arcebispo emérito de Curitiba, dom Pedro Fedalto. A prefeitura de Curitiba e o governo do Estado decretaram luto oficial por três dias.
Advogado e jornalista, o curitibano Francisco Cunha Pereira Filho iniciou sua vida na imprensa em 1962, quando adquiriu o jornal Gazeta do Povo. Em 1965, ele adquiriu a TV Paranaense, que tornou-se afiliada da Rede Globo em 1976.
A TV cresceu ainda mais quando Francisco e seu sócio, o empresário Edmundo Lemanski, compraram oito afiliadas no Estado. O grupo abrange ainda o Jornal de Londrina, o Portal RPC e as rádios Mundo Livre e 98 FM.
A empresa liderada por Francisco empunhou várias campanhas ao longo de anos de história. Entre elas, as principais foram para a conclusão da Rodovia do Xisto, em São Mateus do Sul; o pagamento de royalties da Usina Hidrelétrica de Itaipu; e a implantação do equipamento ILS-3 no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais.
Francisco nasceu em Curitiba em 7 de dezembro de 1926. Era filho do desembargador Francisco Cunha Pereira e de Julinda. Foi casado com Terezinha Döring Cunha Pereira e formou-se em Direito na UFPR, onde atuou como professor. Deixou quatro filhos: Francisco Cunha Pereira Neto, Guilherme, Ana Amélia e Cristina.
Políticos, empresários e personalidades da área de educação e comunicação compareceram ao velório. O diretor de jornalismo da RPC, Wilson Serra, lembrou dos princípios jornalísticos defendidos por Francisco.
“Vai a alma e permanecem os princípios que, para ele, regem o jornalismo: a compaixão, o equilíbrio e a responsabilidade na apuração. Para nós que trabalhamos aqui fica a garantia de continuidade de suas ideias”, afirmou.
O presidente do Sindicato das Empresas Proprietárias da Jornais e Revistas do Paraná, Abdo Kudri, lembrou de momentos vividos ao lado de Francisco. “Além de amigo, a imprensa perde um grande companheiro, que me ajudou a fundar o sindicato dos jornais. Francisco é história que não termina. É exemplo para todos nós, uma lacuna que não será preenchida jamais”, lamentou.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Paraná perde um defensor das suas melhores causas. “Dirijo aos funcionários e dirigentes da RPC e aos familiares minhas condolências e uma exortação: continuem o trabalho e a luta que Dr. Francisco exerceu por quase 60 anos, marcando a história do Paraná”, declarou. Para o reitor da UFPR, Zaki Akel, o Paraná perde um batalhador pela universidade. “Ele foi o primeiro aluno a participar do Conselho Universitário”, comentou.
“Sempre mantivemos um relacionamento excepcional. Ele dizia que era o meu grande admirador. E eu sou maior ainda admirador dele”
Paulo Pimentel, diretor-presidente do GPP
“Ele deixou um legado de caráter, de sabedoria, de ponderação, de equilíbrio. Um legado que deve ser seguido por todos os paranaenses.”
Beto Richa, prefeito de Curitiba.
“Dr. Francisco foi e continuará sendo uma grande referência para o Paraná. Incansável defensor das causas do Paraná, deixa um grande legado a todos.”
Osmar Dias, senador.
“O jornalista Francisco Cunha Pereira Filho destacou-se pelo amor que devotou durante toda sua vida ao nosso Estado.”
Alvaro Dias, senador.
“O Dr. Francisco marcou sua passagem entre nós. E isso deve ser destacado e respeitado. Ressalto sua importância para a nossa imprensa.”
Roberto Requião, governador do Paraná.
Anderson Tozato |
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Dom Pedro Fedalto rezou missa no salão da Faculdade de Direito da UFPR. |