Foz do Iguaçu, no oeste do Estado, foi escolhida esta semana para sediar um dos campi da Universidade do Mercosul. Vão ser aproveitadas as instalações da Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional. O governo federal está destinando R$ 12 milhões para reformas e a compra de equipamentos. A Universidade Federal do Paraná (UFPR) será parceria na empreitada, e vai elaborar o projeto que define os cursos a serem ministrados e as áreas do conhecimento atendidas. As aulas na instituição devem começar em 2008.
Segundo o reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Júnior, os diplomatas do Mercosul sentiram a necessidade de fazer uma integração também nas áreas da educação, ciência e tecnologia como forma de consolidar plenamente o acordo entre os países. Em julho, os ministros da Educação do Brasil, Fernando Haddad, e da Argentina, Daniel Filmus, acertaram a implantação da universidade. Agora, eles estão conversando com os ministros do Uruguai e Paraguai para que também integrem a iniciativa, além dos governos do Chile e Venezuela. A idéia é criar campus em todos os países associados ao Mercosul.
No Brasil, a implantação da universidade vai começar pelo Paraná. Na última terça-feira, o reitor teve um encontro em Brasília com o ministro da Educação. Moreira Junior disse que a escolha de Foz do Iguaçu se deve ao amplo complexo oferecido pela hidrelétrica, e citou como exemplo o alojamento para 8 mil pessoas, hospital, cinema, laboratório de eletrônica, mecânica e hidráulica. As outras cidades cotadas para receber a universidade no Brasil são São Borja, no Rio Grande do Sul, e Chapecó, em Santa Catarina, com a participação das instituições federais dos dois estados. Duas novas reuniões, nos dias 18 e 20 de setembro, irão decidir a viabilidade jurídica do empreendimento.
Moreira Júnior explica que a universidade será bilingüe, e os alunos vão ter que dominar o português e o espanhol. Haverá um pequeno grupo de professores e pesquisadores fixos e os demais serão itinerantes, de diferentes nacionalidades. Os profissionais formados na instituição poderão trabalhar em todos os países onde a universidade for implantada, e o diploma será reconhecidos em todos eles.
No entanto, os cursos a serem ministrados em Foz ainda não foram definidos. ?Estamos numa fase muito incipiente. O MEC quer a implantação de cursos ágeis e flexíveis?, exemplifica o reitor. ?Os estudos para a criação da Universidade do Mercosul estão sendo finalizados?, declarou Haddad.
