O procurador-geral de Foz do Iguaçu, Antônio Vanderli Moreira, apresentou ontem no Fórum de Justiça uma ação de reparação de danos contra a CNN. O motivo segundo o município, foram notícias negativas e falsas sobre Foz veiculadas na mídia internacional, principalmente na rede norte-americana através de seu site (cnn.com e cnn.com.br).
“É uma ação legítima que estamos propondo para dar um basta às notícias falsas sobre Foz do Iguaçu e a tríplice fronteira”, afirma o prefeito Sâmis da Silva. Na ação, o procurador sustenta que Foz do Iguaçu tem sido alvo constante de notícias falsas que prejudicam a região como um dos destinos turísticos mais conhecidos do mundo. “Qualquer arranhão ao bom nome de Foz repercute de imediato negativamente no movimento turístico e causando danos de difícil reparação a mais de 275 mil pessoas”, afirma Vanderli Moreira.
Paranóia americana
Na ação, o procurador lista uma série de matérias, de diversos órgãos de imprensa escrita, que tem como fontes a rede e o governo norte-americanos e os desmentidos de autoridades, principalmente no que se refere a existência de grupos terroristas em atividades na fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. “O governo norte-americano e seus canais de mídia têm o direito de se preocupar com o que quiserem, de desconfiar de qualquer um. Podem alimentar à vontade suas paranóias, pensando que o terrorismo tem a ver com o narcotráfico e que o narcotráfico se deve à concentração de imigrantes árabes na tríplice fronteira. Só não podem ficar espalhando pelo mundo tais idiotices, estigmatizando um povo ordeiro que ajudou a moldar esta fronteira”, destaca o procurador.
Vanderli Moreira atenta que as notícias inverídicas e alarmistas espalhadas pelos norte-americanos criaram um pavor coletivo, “obrigando as autoridades a variadas operações preventivas, que alimentaram e continuam alimentando a desconfiança de todos em relação à tríplice fronteira. O prejuízo econômico perpetuou-se.” “Agora, aproximando-se a alta temporada de turismo, a CNN volta à carga com acusações novamente não comprovadas contra a tríplice fronteira. Em 07/11/2002 leu-se na CNN matéria sob o título: Terroristas reúnem-se na Tríplice Fronteira para planejar ataques aos EUA.”
Difamação
Para Vanderli Moreira, “é patente a intenção” de atacar a tríplice fronteira e junto Foz do Iguaçu de forma difamatória, “ofendendo diretamente a imagem e honra objetiva, desacreditando o município perante toda a população do Brasil e também no exterior”. A ação busca a tutela do Estado para obter reparação pelos danos à imagem de Foz do Iguaçu e requer a condenação da CNN e a indenização do município “em quantia a ser arbitrada, a título de danos morais; que se leve em conta no arbitramento que foram ofendidas e prejudicadas mais de 270 mil pessoas.” O procurador requer ainda “que seja também condenada a ré a indenizar os danos materiais a serem apurados em liquidação de sentença, já que por ora não existem elementos para aquilatar os prejuízos sofridos pela cidade”.
Como testemunhas, o procurador lista o general Alberto Mendes Cardoso, ministro-chefe do gabinete de Segurança da Presidência da República, os jornalistas Zé Beto Maciel e Carlos Roberts e os empresários Marcelo Valente, Altino Voltolini, Adelar Salvatti, Fouad Mohamad Fakih, Sadi Carvalho e Mohamed Ibrahim Barakat.