As mensagens de apologia às drogas e fotos pornográficas, que circularam no site da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no início de junho, não foram enviadas do computador suspeito. Essa é a principal conclusão do laudo elaborado por peritos judiciais, entregue ontem ao delegado Guaraci Joarez Abreu, da Delegacia de Crimes contra a Administração Pública, responsável pela investigação do caso.
O delegado divulgou apenas o resultado final da perícia, mas, segundo ele, outras informações dos peritos judiciais vão poder ajudar na investigação. Conforme o laudo, foi feito levantamento dos arquivos que compõem a raiz dos HDs examinados. Verificou-se que os arquivos temporários descarregados pelo acesso à internet (normalmente depositados na pasta Internet tempory files, na plataforma Windows) não foram excluídos (apagados) desde agosto de 2001.
Em linhas gerais, explica o delegado, não houve qualquer “invasão” da máquina por um hacker, conforme apostava o advogado Jaceguay Ribas, que representa Juliano Todeschini de Andrade, dono do computador, e seu irmão Gustavo Todeschini de Andrade. Uma das hipóteses, apontou o delegado, é que alguém, de posse da senha do computador de Juliano, tivesse enviado as mensagens. Pela perícia, ficou confirmada a ligação de Gustavo com Eduardo Nogueira, gerente de informática da CNBB.
No último dia 29, Gustavo, seu sócio Giocondo Artigas Neto, Eduardo Nogueira e Juarez Kriger Neto, que mora no mesmo prédio de Eduardo, foram ouvidos durante acareação. Na ocasião, os quatro negaram qualquer envolvimento. (LS)