Mais transparência e controle social, reativação do Conselho de Transportes e discussão técnica dos índices dos custos por quilômetro rodado. Na avaliação das entidades participantes do Fórum Popular do Transporte, embora a Prefeitura de Curitiba esteja realizando algumas ações, essas são as medidas realmente necessárias para que haja tarifa de ônibus justa. O Fórum Popular envolve entidades como o Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (Senge-PR), o Sindicato dos Trabalhadores da Urbs (Sindiurbano) e o Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Sócio-Econômicas (Dieese).
O diretor do Senge, Joel Krüeger, diz que caso houvesse a reativação do Conselho de Transportes, desde que fosse operacional e representativo de diversos segmentos da sociedade, seria possível ampliar a discussão e garantir um preço de passagem mais justo. Ele diz também que para um preço coerente é preciso saber como são calculados os índices de custos por quilômetro rodado, que envolve uma série de parâmetros como reposição de peças e pneus, entre outros.
Para Krüeger, tem faltado transparência e controle social no transporte coletivo de Curitiba. ?Há um ano a Urbs afirmava que possuía os dados para o cálculo tarifário, que estava correto, e agora afirma não possuir as notas fiscais e os documentos necessários para fazer tal avaliação. Como pode isso mudar de um ano para o outro? Afinal, tem ou não tem??, questiona ele. Krüeger afirma que a Urbs poderia ter conseguido os dados necessários através de uma auditoria técnico-operacional, não sendo preciso entrar na Justiça para consegui-los.
Exigindo documentos
A Prefeitura e a Urbs entraram na Justiça ontem com uma ação cautelar de exibição de documentos, exigindo a apresentação dos documentos para comprovar as despesas com todos os itens que compõem a planilha de custo da tarifa de ônibus. As notas fiscais e comprovantes de despesas individualizadas por veículo deveriam ter sido entregues pelas empresas para análise da Comissão de Estudos da Tarifa, constituída no início do ano pelo prefeito Beto Richa (PSDB), com o objetivo de dar mais transparência ao sistema de transporte.
A Prefeitura informa que somente uma das 22 empresas operadoras da Rede Integrada de Transporte (RIT), a Nossa Senhora da Luz, apresentou a documentação solicitada.
Sintcom protesta pela isenção
Diogo Dreyer
As modificações da Prefeitura de Curitiba no transporte coletivo que fizeram com que a passagem dos ônibus baixasse não agradaram a todos. Na última semana, o prefeito Beto Richa (PSDB) ameaçou cortar a isenção tarifária de carteiros, policiais militares e oficiais de justiça. Por isso, o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom/PR) preparou para hoje, às 16h, um protesto na Câmara Municipal. ?A categoria está apreensiva com a possibilidade de perder a isenção. Queremos sensibilizar os vereadores para que não votem numa mudança desse tipo?, afirma o secretário-geral do Sintcom, Nilson Rodrigues dos Santos.
Os direitos dos carteiros à gratuidade no transporte coletivo datam de 1941 e são regularizadas por uma lei municipal que os libera de pagamento quando estiverem uniformizados, identificados e em dia de serviço. ?Com o protesto na Câmara queremos sair na frente da Prefeitura mostrando aos vereadores o quanto a categoria será prejudicada caso haja a mudança na lei?, diz Santos.
