Foto: Aliocha Maurício/O Estado |
Durante as discussões, um documento será elaborado. continua após a publicidade |
Começou ontem, em Curitiba, o Fórum Cidadania das Pessoas com Deficiência. No encontro está sendo feita uma avaliação das dificuldades que os deficientes enfrentam e os avanços em relação à inclusão social. Ao final das discussões, no sábado, será elaborado um documento para entregar à Prefeitura, cobrando a implantação de novas medidas.
O procurador do Ministério Público do Trabalho, Ricardo Fonseca, que é deficiente visual, falou sobre a necessidade de criar políticas públicas de inclusão, saindo do campo do assistencialismo. Segundo ele, a Lei 8.742 estabelece que todos os deficientes recebam auxílio de um salário mínimo do governo federal, em vez de incentivar a inserção no mundo do trabalho. ?Em vez de as pessoas estarem trabalhando, estão em casa paradas?, diz.
Outra conseqüência disto, é a dificuldade para melhorar a renda, já que os deficientes ficam fadados a aguardar ajuda do governo. Durante a palestra, Ricardo também jogou a responsabilidade da inserção para todos os deficientes, ONGs e associações. ?A construção do direito garantido pela lei depende da cobrança?, ressaltou.
A organizadora do evento, Heloísa Chagas, disse que uma das questões muito debatida este ano foi a acessibilidade. Como problemas ela apontou calçadas sem guia rebaixada, com obstáculos e cheias de buracos, além da dificuldade de acesso à instituições públicas como escolas e faculdades. ?As coisas estão avançando, mas ainda falta muito?, avalia. Mesmo assim, Curitiba, apesar de ainda apresentar muitos problemas, é uma das cidades brasileiras que mais deu atenção aos deficientes e o sistema de transporte é um exemplo.