Fogo destrói quase 3 mil hectares em Ilha Grande

O incêndio que atingiu o Parque Nacional de Ilha Grande no último domingo já atingiu extensão de quase 20 km. Estima-se que sejam quase 3 mil hectares de área queimada ao longo da Ilha Grande ? a maior e mais importante entre as quase duzentas lhas e ilhotas do arquipélago que compõe o parque.

Cerca de oitenta homens, entre voluntários, Corpo de Bombeiros (CB) e funcionários da Itaipu Nacional estão no local tentando controlar o incêndio, além de três helicópteros do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Um quarto helicóptero, da Defesa Civil, também está disponível e poderá ser acionado. Até ontem no fim da tarde, o fogo não havia sido contido.

A expectativa é que a chuva prevista para hoje na região realmente ocorra. “Se chover, grande parte do trabalho será diminuído. Restarão apenas alguns focos, e o combate será mais efetivo”, prevê a analista ambiental do parque, Patrícia Rodrigues. Segundo ela, uma das grandes dificuldades é o acesso ao local do incêndio e a alta temperatura. “Nas horas mais quentes é inviável para o ser humano ficar em frente ao fogo”, explica.

De acordo com a analista ambiental, o vento na segunda-feira fez com que o incêndio saísse do controle. “O pior dia foi segunda-feira, com os ventos desfavoráveis. E há ainda outro problema: a vegetação está seca e vem queimando muito rápido”, comentou. O fato de o fogo estar em várias frentes ? tanto no lado norte como no sul, em forma de arco ? também vem dificultando o controle.

Uma das tentativas de conter o incêndio foi a preparação de um aceiro perto da lagoa Jatobá, no limite entre os municípios de Vila Alta e São Jorge do Patrocínio. Essa é uma área com largura de cerca de 2 km, uma extensão menor do que no resto da ilha, em que a largura chega a atingir 8 km.

Esse é o quarto incêndio no parque em menos de um mês. Há cerca de duas semanas, o fogo atingiu a parte localizada em São Jorge do Patrocínio e Altônia, destruindo aproximadamente 5,5 mil hectares. Paralelamente, houve outro incêndio na Ilha Bandeirantes, em uma área de 1,8 mil hectares. O Parque Nacional de Ilha Grande tem área de 78.875 hectares.

Amazônia ainda tem 1.600 focos de calor

Apesar do fim do período de queimadas na Amazônia, o Ibama registrava na segunda-feira mais de 1.600 focos de calor em cinco Estados da região. Quatro unidades de conservação estão sob alerta vermelho por causa da gravidade da situação. O Parque Estadual do Jalapão (TO), última reserva de Cerrado do País, já teve 70% de seus 158 mil hectares destruídos pelo fogo e a situação é considerada incontrolável. A região é conhecida pela produção de artesanato feito com capim dourado e também pelas dunas que tornam a região semelhante a um deserto no cerrado. E a cultura local pode ter sido uma das causas do incêndio, já que os nativos do Jalapão queimam parte do capim para renovar a vegetação.

O Ibama já decretou alerta vermelho no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO), onde o fogo destrói a vegetação há quatro dias. Um helicóptero está sendo enviado para o local, onde já estão integrantes das brigadas de combate a incêndio e o Corpo de Bombeiros. O mesmo ocorre na Serra da Canastra (MG), onde fica a nascente do Rio São Francisco, e no Parque de Ilha Grande. Entre os focos detectados pelo Ibama, apenas no Maranhão os incêndios foram registrados em áreas desflorestadas. Em Mato Grosso, Pará, Rondônia e Tocantins, o fogo atingiu florestas, unidades de conservação e terras indígenas. Há também focos de incêndio no Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Minas, Pará, Piauí, Rio e Rondônia. (AE)

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