Cerca de mil metros quadrados do Shopping Estação, em Curitiba, reinaugurado há quarenta dias, foram destruídos por um incêndio que começou por volta das 15h30 de ontem. O depósito das lojas Americanas e Marisa, localizadas no segundo piso, foram as áreas mais afetadas. Sete caminhões e cem homens do Corpo de Bombeiros foram destacados para apagar as chamas.
As duas pistas da Avenida Sete de Setembro e o cruzamento entre a Avenida Marechal Floriano Peixoto e Silva Jardim ficaram interditados. Apesar da proporção do acidente, nenhum funcionário ou cliente do shopping ficou ferido.
De acordo com o tenente Eduardo Gomes Pinheiro, do Corpo de Bombeiros, as chamas, que tiveram início no telhado do prédio, causaram o desabamento do teto das Americanas e queimaram todo o estoque e boa parte da área de atendimento da loja. Por volta das 17h, o piso também cedeu e parte do estoque da Loja Marisa foi atingido pelas chamas. “Em princípio, o fogo queimou os estoque das duas lojas, que ficam no segundo andar do Estação. Com o calor, o piso desabou e as labaredas tomaram conta do térreo. Acreditamos que nenhum outro estabelecimento foi atingido, porque a área para abrigar novas lojas ainda estava em construção”, afirmou o tenente.
Toda a parte superior do shopping e parte do térreo, que vai até a praça de alimentação, foram isoladas. No final da tarde, o incêndio já estava controlado, mas foi no início da noite que começou o trabalho mais delicado. “Nossa maior preocupação agora é resfriar toda a mercadoria para que não haja um novo foco de incêndio”, disse o tenente. As lojas que não foram afetadas devem funcionar hoje normalmente.
Testemunhas
Apesar dos responsáveis pela administração do shopping e dos soldados do Corpo de Bombeiros terem negado saber a origem do incêndio, duas testemunhas afirmam que o estrago foi causado por um maçarico. Da janela do 14.º andar de um apartamento que fica nos fundos do shopping, a diarista Rosana Sabadim da Silva viu quando um funcionário que fazia a manutenção do telhado pediu socorro. “Quando abri a janela, vi quando ele jogou o maçarico para o lado, gritou para outros três homens que era fogo e saiu correndo. Em seguida, as chamas tomaram conta do telhado”, contou.
Além dela, o fotógrafo Carlos Eduardo Viana que passava pela frente do shopping viu a fumaça e resolveu parar para ver o que estava acontecendo. Ao começar a fotografar a parte externa do prédio, Carlos Eduardo viu quando o operário Gilson Silva desceu às pressas e o abordou. “Ele me contou que estava cortando uns ferros com maçarico e, quando largou a máquina em cima de um tapume ao seu lado, começou a pegar fogo. Ele disse ainda que antes de começar o trabalho, tinha pedido um extintor e isolamento da área, mas falaram que como era um serviço bobo, não precisava de nada disso”, contou Carlos.
A área queimada deve ser periciada hoje, mas somente dentro de um mês o laudo deve chegar à Delegacia de Explosivos, Armas e Munições (Deam).