Flagrante de transporte irregular de carne em São José dos Pinhais

A população deve ter cuidado com a carne que consome. Produtos muito abaixo do preço praticado por outros estabelecimentos podem ser um indicativo de que a origem da carne é irregular. A Tribuna flagrou esta semana a entrega do produto em um supermercado, em São José dos Pinhais, sem nenhuma preocupação com a higiene. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar, nem toda a carne que circula é inspecionada.

Salazar fala que muita gente acaba fugindo da inspeção porque os impostos que incidem sobre o produto são muito caros. Respondem por 12% do valor do produto. Com isto, produtores acabam abatendo os animais de forma irregular, sem cuidados com a higiene, burlando o pagamento de impostos.

Em média o paranaense consome 35 quilos de carne por ano. Em Curitiba, o número sobe para 55 quilos devido a melhor rendas dos trabalhadores. Mas não existem estimativas sobre a quantidade de carne consumida de forma irregular, porém, segundo Salazar, sabe-se que existe.

A carne entregue em São José dos Pinhais pode ter origem duvidosa, já que não havia cuidado com a higiene. A mesma pessoa que dirigia o caminhão era quem levava o produto para dentro do supermercado. Além disto, ela não usava toca e luva. Parte das carnes também não estavam protegidas por embalagens plásticas dentro do caminhão.

Péricles diz que essa situação é mais comum em cidades do interior do estado e na periferia das cidades. Ele orienta o consumidor a comprar carne em estabelecimentos tradicionais. ?Mas é comum na periferia as pessoas preferirem comprar o produtos mais baratos do que o mais caro com melhor qualidade?, fala.

A chefe da divisão de vigilância sanitária de São José dos Pinhais, Florence Cristina Cortes Matoso, diz que o tipo de manuseio presenciado estava irregular e poderia contaminar a carne, além do próprio trabalhador, que acaba entrando em contato com o sangue dos animais. Essa carne também pode provocar intoxicação alimentar, já que muitas pessoas gostam do alimento mal passado.

Uma das recomendações, é verificar se o estabelecimento tem licença sanitária, que deve estar fixada à vista dos consumidores. Segundo Florence, todos os estabelecimentos são fiscalizados uma vez por ano, cumprindo o Código Sanitário Municipal, e também quando há denúncias. As pessoas que tiveram alguma reclamação podem procurar a ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde da cidade pelo telefone (41) 3381-6371.

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