Foi sepultado ontem, em Campinas, o físico curitibano César Lattes, um dos mais reconhecidos físicos brasileiros. Lattes, que tinha 80 anos, morreu na terça-feira, de parada cardíaca. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma mensagem de condolências à família do cientista. Na mensagem, Lula salienta que "a ciência brasileira perde um de seus expoentes mais importantes" e lembra que "a obra deixada por este grande físico curitibano não se limita à pesquisa em sua área de atuação".

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O presidente disse ainda que a influência de César Lattes "foi decisiva na criação, no início da década de 50, do CNPq, o Conselho Nacional de Pesquisas (hoje Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), instrumento fundamental no estímulo e discussão da produção científica do País".

Cesare Mansueto Giulio Lattes nasceu em Curitiba em 11 de julho de 1924. Muito novo, já era um expoente mundial da Física. Com 19 anos terminou a faculdade de Física e Matemática na USP.

Lattes ficou mundialmente conhecido quando participou dos estudos que verificaram a existência dos mésons pi – partícula que mantêm o núcleo do átomo coeso. A descoberta de Lattes é um dos pilares da Física moderna e deu início à era da Física de partículas elementares.

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A descoberta foi feita em conjunto com os físicos Giuseppe Occhialini e Cecil Frank Powell e aconteceu nos Andes bolivianos, onde Lattes instalou um laboratório a mais de 5 mil metros de altura para observar os resultados da ação dos raios cósmicos e dos elétrons positivos sobre chapas fotográficas.

Lattes foi professor da USP e da Unicamp, onde se aposentou em 1986. Em 15 de outubro do ano passado, já muito doente, Lattes recebeu do reitor da Unicamp, Carlos Henrique de Brito Cruz, os títulos de professor emérito e de doutor honoris causa. Os títulos foram oferecidos ao cientista na ocasião de sua aposentadoria, mas só foram entregues em 2004 porque Lattes, que era avesso a homenagens públicas, conseguiu adiar a cerimônia por 19 anos.

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