Fiscalização no Parque Iguaçu coibe ilegalidade

Pela segunda vez neste ano, o Ibama/Parque Nacional do Iguaçu, o Pelotão Policial Florestal do Iguaçu (PPFI) e o Parque Nacional Iguazú, na Argentina, por meio do corpo de Guarda-parques, promoveram uma fiscalização conjunta no Parque Nacional do Iguaçu e Parque Nacional Iguazú. Desencadeada de 3 a 6 de dezembro, sua intenção foi combater o corte de palmito, coibir a caça e a pesca, desmantelando acampamentos e fabriquetas clandestinas no interior da mata. 

A primeira operação aconteceu em setembro, tendo o saldo de três detenções, apreensões de equipamentos de caça e pesca e cabeças de palmitos, animais abatidos e a destruição de acampamentos, girais (pontos de espera de animais), cevas e saleiros.

O parque brasileiro, de 185 mil hectares, faz fronteira no lado sul em 60 km com o parque argentino de 67 mil hectares, divididos pelo rio Iguaçu.

Desta vez, foram utilizados quatro barcos e um carro, que apoiou a equipe por terra em Capanema, município do Sudoeste do Paraná. No primeiro dia, duas pessoas foram presas, na região do Porto Lupion, em Capanema, por transporte e depósito de palmito. Com elas, foram apreendidos 319 vidros de palmito em conserva. Na tarde do mesmo dia, foram encontradas 430 cabeças de palmitos cortadas, na margem do rio Iguaçu, no interior do parque. Ao avistar os fiscais, olheiros soltaram foguetes de alerta e os cortadores conseguiram fugir. Os palmitos in natura apreendidos foram doados para instituições de caridade de Céu Azul e Foz do Iguaçu.

Os integrantes da operação também encontraram restos de uma fabriqueta antiga, dentro do parque, e identificaram vestígios de trilhas, no interior da mata, inclusive na área da Estrada do Colono, onde uma trilha está sendo utilizada para a retirada de palmito e caça. Foram destruídos vários saleiros e girais (para caça) e quatro acampamentos, localizados na Argentina, claramente utilizado, por caçadores brasileiros.

Na região do Rio Represo, na porção mais estreita do parque brasileiro, foi encontrada uma picada de cinco quilômetros, saindo das margens do rio Iguaçu e atravessando todo o parque, terminando nos fundos de uma fazenda. A trilha estava muito batida, indicando o uso freqüente do local. Os vestígios encontrados, principalmente restos de bebidas e alimentos jogados na trilha, demonstraram que tanto brasileiros como argentinos têm usado o local.

De acordo com o diretor do Parque Nacional do Iguaçu, Jorge Pegoraro, a operação teve saldo positivo. ?Além das prisões, destruições de acampamentos, fabriquetas, saleiros, cevas e girais, os infratores estão pensando mais antes de voltar ao parque, pois agora fica mais difícil de fugir. Cada vez mais a relação entre Ibama, Polícia Florestal e os guarda-parques da Adimistrácion de Parques Nacionales Argentinos (APN) tem se estreitado, favorecendo o combate aos crimes contra a natureza?, completou.

Segundo ele, as ações de fiscalização no parque têm sido intensificadas e a idéia é aumentar ainda mais a proteção da unidade, intensificando ações em conjunto entre o Ibama, a Polícia Florestal, a Polícia Federal e guarda-parques argentinos. Em 2004 está prevista a realização de novas operações, visando a proteção dos parques.

Patrulhamento no Brasil continua

Finalizada, as operações em conjunto com os guarda-parques argentinos, a equipe de fiscalização brasileira continuou patrulhando a região do Rio Floriano com o Rio Castro Alves, na zona intangível do parque. Eles foram vistoriar pontos de caça identificados em operações anteriores.

No local, a equipe encontrou pegadas de animais de grande porte, como a anta (Tapirus terrestris) e a onça-pintada (Panthera onca), animal em perigo de desaparecer do parque. Considerada o topo da cadeia alimentar e fundamental para a manutenção do equilíbrio biológico do ecossistema, a espécie é constantemente caçada, em especial àqueles animais que saem em busca de alimento nas propriedades vizinhas ao parque.

Para os biólogos Marcelo Oliveira e Rafaela D?amico, integrante da operação, as escapadas dos felinos do parque estás relacionada, à pressão que a caça vem exercendo sobre os estoques de animais-presas. ?Eles estão ficando sem alimentos e têm que buscar nessas propriedades?, argumenta Oliveira.

Os biólogos alertam os proprietários para que quando houver ataque de predadores, entrem em contato urgente com o Parque Nacional do Iguaçu, para que sejam tomadas as devidas ações de manejo.

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