O Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (Ipem) iniciou ontem a Operação Carnaval. Até amanhã, técnicos da gerência de fiscalização estarão percorrendo estabelecimentos comerciais de todo Estado na tentativa de retirar do mercado preservativos falsificados ou que não exibam o selo de certificação do Inmetro.
“Nesta época, a venda de preservativos masculinos é intensa. No Brasil, o produto é de certificação obrigatória”, afirmou o gerente de fiscalização de produtos do Ipem, Roberto Tamari. “Preservativos falsificados ou mesmo sem o selo de certificação representam uma série de riscos ao consumidor.”
Na maioria das vezes, os preservativos falsos são encontrados em mercearias e postos de gasolina localizados em beira de estradas, estando muito pouco presentes em estabelecimentos instalados em áreas centrais das grandes cidades. Apesar da constatação, feita pelo próprio Ipem, falsificações foram encontradas ontem, logo no início dos trabalhos, em uma farmácia da rede Maxifarma na Avenida Erasto Gaertner, no bairro Bacacheri, em Curitiba.
No local, foram apreendidas falsificações dos preservativos Jontex, pertencentes à marca Johnson & Johnson. Os técnicos chegaram à conclusão de que os produtos eram falsos após verificarem detalhes presentes nas embalagens. “As embalagens dos preservativos falsos tinham cor um pouco diferente das verdadeiras, continham um pequeno erro de português e não tinham picote para abertura”, explicou a técnica Eliane Franco. “São detalhes que aos olhos do consumidor passam despercebidos.”
O gerente da farmácia, Ricardo Cézar Colauto, disse ter percebido a diferença na cor das embalagens, mas não viu os outros detalhes nem imaginou que os preservativos eram falsificados. “Como as empresas costumam variar bastante as embalagens, não dei muita importância ao fato. Agora, vou procurar a nota fiscal dos produtos, tentar descobrir quem os vendeu para mim e não comprar mais desse fornecedor.”
Se não conseguir comprovar a origem dos produtos falsos, Ricardo irá receber uma multa que pode variar de R$ 200 a R$ 10 mil. Os preservativos falsos foram apreendidos e levados a laboratórios, onde passarão por testes capazes de identificar microvazamentos e de pressão de estouro. “Para não ser enganado, o comerciante deve adquirir os preservativos de fornecedor conhecido e sempre exigir nota fiscal”, informou Roberto. Já o consumidor deve procurar o selo do Inmetro, verificar a data de validade, a origem do produto, o nome do fabricante e do importador – no caso de produtos não fabricados no Brasil.
No ano passado, os técnicos do Ipem visitaram 69 estabelecimentos comerciais no Estado, fazendo vistoria em 10.609 produtos. Do total, 312 unidade, encontradas em quatro revendas, não estavam de acordo com as especificações do Inmetro, embora algumas delas exibissem falsos selos de certificação. O resultado da Operação Carnaval deste ano deve ser divulgado no final da semana.