A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou o resultado do projeto de categorização de restaurantes, que avaliou a qualidade sanitária de estabelecimentos em 12 cidades-sede da Copa do Mundo.
Em Curitiba, foram inspecionados inicialmente 176 estabelecimentos, entre bares, lanchonetes e restaurantes, que receberam uma primeira classificação. Esses estabelecimentos receberam um prazo para fazer adequações antes da segunda inspeção, que determinou o resultado final divulgado nesta quinta-feira (05).
O objetivo do projeto é fornecer aos consumidores acesso a informações sobre o desempenho dos serviços de alimentação na inspeção sanitária, com base em critérios de risco, que abrangem não somente questões de higiene, mas também boas práticas de manipulação, conservação e armazenamentos dos alimentos.
Os estabelecimentos foram classificados em três categorias: A, B e C, além dos pendentes, ou seja, que não foram aprovados na categorização e receberam aviso de infração pela Vigilância.
Segundo Giselle Poitezin Pirih, coordenadora da Vigilância Sanitária, em Curitiba, os estabelecimentos que foram categorizados como A são os que atenderam completamente às exigências da Anvisa; já as categorias B e C, atenderam parcialmente, e os que foram categorizados como pendentes terão um prazo de 15 até 90 dias para se adequarem às exigências antes da nova inspeção.
Os sete restaurantes que receberam classificação pendente pela Anvisa são: Albatroz; Clube Do Malte; Costelão Do Gaúcho; Engenho De Minas; Mondo Birre; Mr. Green Healthy Food e Pata Negra.
Palavra dos estabelecimentos
Em nota oficial, o Clube do Malte questiona a classificação da Anvisa afirmando que a mesma lhes foi apresentada como uma certificação e “em nenhum momento foi mencionado a aprovação ou reprovação dos estabelecimentos. Uma série de pontos eram FACULTATIVOS e os estabelecimentos poderiam optar por receber a certificação ou não” e afirma que o estabelecimento atendeu 42 das 50 solicitações feitas pela Anvisa.
O Engenho de Minas, por sua vez, afirma que cumpriu todas as exigências da legislação e enfatiza que sempre teve seu padrão de qualidade de produtos e serviços avaliados e aprovados pela Secretaria Municipal de Saúde.
O Mr. Green, por fim, disse que recebeu a visita da Anvisa, que solicitou “algumas adequações estruturais no estabelecimento, sendo que nenhuma delas relacionadas à higiene e conservação de alimentos” e que “o prazo exíguo de 27 dias, até a Copa do Mundo, inviabilizou sua finalização”.
Os proprietários ou responsáveis pelos demais estabelecimentos citados como pendentes não foram localizados para comentar a classificação da Anvisa.
Abrabar questiona classificação
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas do Paraná (Abrabar), Fábio Aguayo, disse que é favorável à fiscalização e aprimoramento, mas discorda da classificação da Anvisa.
“A classificação não condiz com a realidade. Não há como compará-la, por exemplo, com a classificação hoteleira. As solicitações e a metodologia aplicada são muito subjetivas sendo quase impossível fazer essa diferenciação entre os estabelecimentos”.
Aguayo questionou também a escolha dos estabelecimentos que foram inspecionados. “A adesão não foi total. São mais de 12 mil estabelecimentos do setor alimentício registrados na Junta Comercial do Paraná e a Anvisa não vistoriou nem 200”.
Por fim, o presidente da Abrabar afirmou que não há a obrigatoriedade do restaurante em afixar a classificação que recebeu e disse ainda que muitos empresários que possuem estabelecimentos considerados de alto padrão em Curitiba, e que receberam classificação diferente de A, não as colocarão em seus estabelecimentos.