Cão da raça rottweiller preso em cubículo de compensado com um metro de largura por dois de comprimento foi encontrado ontem, no Prado Velho, pela equipe do Departamento de Proteção Animal da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A cena é corriqueira para os fiscais, que recebem, em média, 200 denúncias por maus tratos a cada mês. Sem poder de polícia, para deter em flagrante os responsáveis pelos maus tratos, os fiscais terão companhia nova no grupo já no próximo mês.
A prefeitura está implantando a Guarda Municipal de Proteção Animal. A intenção do diretor do departamento de Proteção Animal, Alexander Biondo, médico veterinário, é formar equipe com quatro guardas e duas viaturas. O trabalho, que era feito pela Guarda Municipal só quando acionada, passará a ser regular. “O fiscal não tem poder de polícia, não pode prender ninguém e a Guarda Municipal sim. Em Curitiba, maus tratos é caso de polícia”, acrescenta Biondo. Em outubro, a nova equipe passará por treinamento avançado, com a norte-americana Melinda Merck, especialista em medicina veterinária forense.
Punições
Os abrigos também serão vistoriados e punidos a partir do ano que vem. Nos próximos meses, o departamento vai iniciar campanha pela adoção e guarda responsável de animais através de parceria com a ONG Pense Bicho, que trabalha com a conscientização da relação homem e animal.
Depois da campanha é que a fiscalização nos abrigos passará a render punições. As casas e entidades que recebem animais terão de intensificar suas ações pela adoção. “Não estou generalizando, mas parte desses abrigos é de acumuladores e isso é maus tratos”, explica Biondo.
O rottweiller que vive em situação precária pertence à empresa Feroz, que atua com liminar para alugar cães de guarda, comércio proibido no Paraná. Em abril do ano passado, a empresa foi condenada por maus tratos e obrigada a encerrar as atividades.