Os fiscais do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Cristiano Liberal e Rafaela Aguiar, devem concluir até o final da semana, um relatório sobre as irregularidades na distribuição dos recursos do programa Bolsa-Família no município de Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
No último domingo, o programa Fantástico, da Rede Globo, exibiu uma reportagem mostrando irregularidades em Piraquara e nos municípios de Cáceres (MT) e Pedreira (MA), que também estão sendo investigados pelo ministério. Pessoas com renda acima do estipulado pelo programa estariam recebendo, enquanto quem tem direito estaria sendo privado do benefício.
Segundo a assessoria do ministério, os fiscais estão conversando com a Prefeitura de Piraqura, com representantes da Caixa Econômica Federal (CEF) e visitando casas de pessoas beneficiadas pelo programa. As irregularidades denunciadas quarta-feira em outro município da RMC, Almirante Tamandaré, também devem ser alvo dos fiscais. Conforme a assessoria, nos três Estados, o trabalho é comprovar a eficiência do Bolsa-Família não só nas cidades citadas na matéria do Fantástico, mas também em municípios próximos.
Fontes ligadas ao município de Piraquara informaram ontem, que nas primeiras visitas, principalmente onde a reportagem apontou a fraude, os fiscais encontraram a situação regular. Caso encontrem irregularidades, a autoridade responsável pela entrega do dinheiro e a pessoa que vem recebendo sem ter esse direito são passíveis de processos civis e criminais.
Peti
As 460 crianças que recebem recursos do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), na cidade de Cascavel, Oeste do Estado, receberam seus benefícios apenas na última terça-feira. A greve dos bancários, que se estendeu por quase trinta dias, fez com que a Secretaria de Ação Social de Cascavel segurasse os recursos para aqueles que ainda não têm cartão eletrônico e recebem com cheque. Segundo a diretora da secretaria, Maria Luiza Senger, o recurso referente aos meses de julho e agosto foi depositado na conta específica do Peti durante o período de greve no Banco do Brasil. “Não adiantava entregar os cheques e deixar as pessoas correndo o risco de perder ou extraviar, já que quem recebe esse dinheiro são pessoas humildes”, afirmou, lembrando que 790 crianças são cadastradas no município, mas apenas 461 recebem por cheque. O repasse é de R$ 40 mensais por criança.