A água que abastece municípios de oito estados brasileiros está contaminada por agrotóxicos. Nem mesmo a água tratada que chega as residências está livre da presença desses produtos. Essas foram as principais conclusões de um levantamento feito por pesquisadores do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O trabalho foi desenvolvido no Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A toxicologista e coordenadora da pesquisa, Paula de Novaes Sarcinelli, comenta que o trabalho foi encomendado pela Fundação Nacional da Saúde (Funasa) e faz parte de um grande estudo que prevê mudanças na Portaria 518, do Ministério da Saúde, que trata da qualidade de água de consumo.
No Paraná, os pesquisadores selecionaram para o estudo as bacias hidrográficas do Graviúna, na região de Apucarana, onde predomina as produções de soja, milho e arroz, e Tibagi, na região de Londrina, com produção de soja e criadores de gado. De acordo com Paula, não foram identificados nessas regiões produtos proibidos, porém encontrados outros agrotóxicos que não eram recomendados para as culturas naquele momento. A bacia de Tibagi era a mais impactada.