A Secretaria de Saúde de Curitiba encerra, nesta sexta-feira (4), o segundo Liraa – levantamento rápido para determinar o índice de infestação dos imóveis por larvas do Aedes aegypti, o mosquito vetor da dengue. Este ano o trabalho está sendo prejudicado pelo número elevado de dias de chuva, que impede as visitas domiciliares. Desde o começo de 2011, choveu durante 65 dias úteis. Até agora, segundo a pesquisa, 58 curitibanos tiveram dengue, mas o contágio teria acontecido fora da cidade.

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A meta da pesquisa é concluir a avaliação de 24 mil imóveis residenciais (casas e edifícios), industriais e de serviços espalhados pela cidade. Para isso, 150 agentes estão percorrendo os endereços sorteados e inspecionando as áreas externa e interna de local.

No caso das casas e apartamentos, os profissionais somente estão autorizados a entrar quando houver pelo menos um adulto presente. Do contrário, podem retornar mais tarde, quando o responsável tiver chegado, ou fazer a inspeção do imóvel mais próximo.

Inspeção – O motivo do detalhamento da inspeção é que, além de locais como vasos de plantas, tampinhas de refrigerantes e pneus abandonados, o inseto pode se reproduzir na água acumulada nos ralos internos de pias, tanques e boxes dos banheiros. Além da visita, os agentes também orientam os moradores ou responsáveis sobre evitar a formação de focos.

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O trabalho começou em 18 de outubro e, até a última terça-feira (1º), não localizou nenhum foco. No começo do ano, o Liraa identificou um criadouro do mosquito no canil de uma residência em Santa Felicidade. A fêmea do mosquito havia depositado suas larvas no bebedouro do cachorro sem que o proprietário tivesse percebido.

O aumento do número de focos em residências tem chamado a atenção da Secretaria Municipal da Saúde. Dos 62 focos identificados em 2011, 14 estavam nesse tipo de imóvel. Até o ano passado, os chamados pontos estratégicos – como borracharias, depósitos de louças sanitárias e ferro-velhos – dominavam a estatística. “Isso mostra o quanto as famílias devem estar atentas para o problema. É uma ação conjunta para Curitiba continuar sem registrar casos locais da doença”, observa a coordenadora do Programa Municipal de Controle da Dengue, Viviane Poletto.

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Importados – Neste ano, 58 moradores da cidade tiveram dengue. O contágio se deu fora de Curitiba, durante viagens de lazer ou trabalho. Isso ficou comprovado assim que os casos foram confirmados por exame laboratorial.

Quando isso acontece, a vigilância ambiental rastreia os possíveis percursos feitos pelo doente, bem como os locais onde ele mora, trabalha e estuda. O objetivo é fazer a busca ativa das larvas do inseto. Quando isso não se confirma e a pessoa relata ter estado em área de risco fora da cidade, o caso é classificado como dengue importada.