Com a extinção da patente que garante a exclusividade do laboratório Pfizer sobre a fabricação e a comercialização do Viagra, os proprietários de farmácias esperam um aumento significativo no volume de vendas do medicamento usado no tratamento de disfunção erétil (DE).
O fim da exclusividade da Pfizer, decidida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), vai possibilitar a produção de similares e do medicamento genérico a partir de 20 de junho.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos de Farmácia do Paraná (Sindifarma), Edenir Zandoná Júnior, estima que a procura pelo medicamento deve dobrar a partir da fabricação de similares.
Segundo ele, com o genérico disponível, passa a ter acesso ao medicamento o consumidor que antes não poderia pagar. “Hoje o consumidor não compra porque o produto ficou muito caro. A gente observa que tem muitas pessoas que estão aguardando pela redução dos preços, que devem cair pelo menos 50%”, afirma. Segundo ele, desde que o Viagra chegou ao mercado, o valor do produto vem sendo reajustado, em média, 6% ao ano.
Já o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de Londrina, Jefferson Proença Testa, conta que diversos laboratórios já estão se organizando para produzir os medicamentos similares.
De acordo com Testa, o valor de uma caixa com quatro comprimidos de 50 miligramas custa cerca de R$ 120. “Mesmo assim, é um dos dez medicamentos mais vendidos do Brasil”, diz.
Perigo
De acordo com o Conselho Regional de Farmácia do Paraná (CRF-PR), a quebra da patente do Viagra significará o fim de uma série de riscos e eventuais problemas que os consumidores poderiam estar expostos.
Segundo Márcio Antoniacci, que é membro da Comissão de Farmácia de Dispensação do CRF-PR, com a disponibilização de similares no mercado, deve cair a incidência de produtos piratas.
Antoniacci revela que um dos medicamentos que não possuem registro para a comercialização no Brasil é o Pramil, que chega ao País contrabandeado do Paraguai.
“Como esse produto não foi avalizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), ele não apresenta segurança e eficácia comprovada. Hoje já existe até falsificação do Pramil”, afirma.
O farmacêutico acredita que a chegada de produtos autorizados deve eliminar uma série de problemas cardiovasculares, como infartos e derrames. “Esse tipo de medicamento provoca uma vasoconstrição, ou seja, causa uma contração dos vasos sanguíneos, o que é perigoso se for administrado sem a devida prescrição médica”, ressalta.