Comerciantes que atuam na feirinha da Rua José Bonifácio, no centro de Curitiba, vivem momentos de agonia. A prefeitura determinou que a feira deverá ser extinta a partir de amanhã, em função da execução de um projeto de revitalização do entorno da Catedral Basília.

continua após a publicidade

Os trabalhadores temem pela queda de seus rendimentos financeiros. Muitos prometem que não vão deixar o ponto. “Queremos que a região da Catedral seja revitalizada, mas não entendemos porque a feirinha terá que ser extinta.

Para a maioria de nós, o trabalho na José Bonifácio é a única fonte de renda”, declara o comerciante de mel e derivados, Roberto Ehms Pinto, que há 17 anos atua na feirinha.

A vendedora de bijuterias artesanais Natália Batista se emociona ao falar sobre o assunto. Ela conta que, em função do problema, não consegue dormir há vários meses e chegou a chorar ao narrar seu drama à reportagem de O Estado.

continua após a publicidade

“A prefeitura quer que eu deixe de trabalhar aqui, de segunda a sexta-feira, para trabalhar aos domingos, no Largo da Ordem. Tenho contas a pagar e não sei como vou fazer para sobreviver”.

Natália trabalha na feirinha há dez anos. Porém, há 16 anos o ponto que ela ocupa já era de uma de suas irmãs. Antes de atuar como feirante, ela era promotora de vendas.

continua após a publicidade

Aos 47 anos de idade, acredita que não vai mais conseguir colocação na antiga profissão caso a feirinha realmente deixe de existir. “Hoje, é muito difícil uma pessoa de 47 anos conseguir emprego. Por mais que eu tenha bastante experiência como promotora, duvido que alguém queira me contratar”.

Transferidos

A prefeitura de Curitiba informou que oito feirantes já foram transferidos. Mesmo com o fim da feira, a prefeitura oferece aos demais nova oportunidade de discutir, caso a caso, para onde serão realocados.