Gerar mais empregos. Necessidade do País e promessa de todos os candidatos. Mas com o fim da campanha eles acabam contribuindo para que mais desempregados voltem às ruas. O fim do processo eleitoral significa o fim do emprego provisório para milhares de pessoas em todo Brasil. No Paraná não é diferente, ontem pela manhã a Boca Maldita, Centro de Curitiba, estava lotada de cabos eleitorais, gastando todas suas energias em prol dos candidatos nos últimos momentos antes do pleito.

Nei Garbos é exemplo de quem a partir de amanhã volta a correr atrás de um emprego. O almoxarife trabalhou um mês e meio para um candidato ao governo do Estado. Oito horas diárias de esforço lhe renderam um salário quase igual a um mês trabalhado em sua função. “Ganho R$ 20,00 diários. Como almoxarife ganharia cerca de R$ 600,00 mês. Quase o que ganharia se trabalhasse os trinta dias do mês de panfleteiro”, contou, destacando que acima de tudo trabalha na campanha eleitoral por confiar realmente no candidato.

Para Sebastião Francisco Mendes, de 54 anos, o emprego provisório foi bom, mas poderia ter sido melhor se não fosse apenas na última semana. “Caso soubesse teria trabalhado antes”, contou o carpinteiro, desempregado há dois anos e que enfrenta dificuldades principalmente devido à sua idade. “Acredito no candidato. Tenho esperança que com ele a situação melhore e eu possa ter um bom emprego”, disse, lembrando que amanhã volta à realidade e à caça de um serviço.

Cadê o meu dinheiro?

Um dos problemas dos serviços provisórios é o pagamento. Rosana Taborda, cabo eleitoral de um dos candidatos ao governo, estava com “um olho no peixe outro no gato”. Ou seja, trabalhando para o candidato, mas ao mesmo tempo preocupada com o pagamento que só deverá acontecer na quarta-feira. “Trabalhei só três dias, mas quero receber. Tomará que ele ganhe e me paguem”, confidenciou, destacando que segunda-feira volta a estudar e procurar um emprego fixo.

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