Moradores da cidade de Toledo, no oeste do Paraná, estão tendo que enfrentar longas filas para conseguir atendimento com especialistas como cardiologistas. Ontem, a espera para conseguir a guia que é distribuída uma vez por mês chegou a durar 13 horas e muita gente ainda teve que voltar para casa sem conseguir a consulta. Segundo a secretária municipal da Saúde, Kuniko Smith, uma remodelação na forma de entregar as guias deve amenizar o problema.
A população da cidade de Toledo, como de tantas outras do Estado, sofre com a falta de médicos especialistas. Antes de conseguir o atendimento, precisa passar por um médico clínico geral do posto de saúde do seu bairro, que encaminha o paciente para a Central de Especialistas. Lá, precisa pegar uma guia para marcar uma consulta. O problema é que as guias são distribuídas apenas uma vez por mês e a demanda acaba sendo maior do que a oferta. Para conseguir o atendimento, só chegando na fila bem cedo. Ontem, foram distribuídas 140 guias para consultas e exames, mas 60 pessoas foram embora sem nada e vão ter que esperar até o próximo mês para mais uma tentativa.
A secretária de saúde explica que o problema vem ocorrendo porque na cidade, com 107 mil habitantes, há apenas quatro cardiologistas. Como recebem pouco pelas consultas do Sistema Único de Saúde (SUS),
R$ 15, os médicos preferem atender através de convênios ou consultas particulares. ?Cada um acaba liberando apenas três ou quatro consultas para o SUS por dia, o que dá cerca de 40 por mês?, fala.
A cidade também fez no último dia 8 concurso público para contratar especialistas, mas faltam profissionais para preencher as vagas. Ela explica que os médicos não acham o salário atrativo, R$ 1,5 mil por duas horas de trabalho diárias. ?No de neurologista, onde a demanda também é grande, nem houve candidatos?, exemplifica.
Para Kuniko, o problema das filas será amenizado com a nova forma de distribuição de guias. O sistema será descentralizado. A partir de agora, elas vão ser distribuídas nos próprios postos de saúde e todos os dias. A secretária lembra também que a responsabilidade pelo atendimento de especialistas deve ser compartilhada, mas os custos vêm sendo cobertos apenas pelo município.