Fiéis celebram padroeira do Paraná

Cerca de 100 mil pessoas passaram ontem pela Praça da Fé, em Paranaguá, em homenagem ao dia de Nossa Senhora do Rocio, padroeira do Paraná. Desde as 9h, participando da missa campal, até as 16h – horário em que a procissão, com aproximadamente 50 mil pessoas, seguiu com a imagem da padroeira do Estado em direção à Igreja Matriz – a multidão de devotos enfrentou o sol intenso para prestar as homenagens à santa. A festa, que teve início no último dia 5 e vai até o dia 20, está superando todas as expectativas.

?Sem dúvida superou a expectativa. Nunca teve tanta gente. Essa multidão toda aqui reunida representa a fé crescente à Nossa Senhora do Rocio. Não tem outra explicação?, afirma o bispo de Paranaguá, dom Alfredo Novack.

De acordo com o reitor do Santuário do Rocio, padre Joaquim Parron, as romarias estão sendo intensas desde o início da festa. Até agora, pelo menos 250 mil pessoas já passaram pelo santuário. Do primeiro ao último dia de festa à padroeira, os organizadores esperam a visita de até meio milhão de fiéis. ?Teve o dobro de pessoas do ano passado. Sem contar que a novena foi a maior que já teve em Paranaguá. Desde o dia 5 a igreja fica sempre lotada em todos os horários de missa (6h, 9h e 18h)?, afirma o padre.

Por falta de um lugar na tenda montada para a missa campal, vários peregrinos enfrentavam em pé o sol forte. Os que preferiram não arriscar assistiam à missa de longe, nas sombras ao lado da igreja. No entanto, o sacrifício parecia compensar. No momento em que a imagem de Nossa Senhora do Rocio foi levada ao palco no meio de uma rede, por um garoto vestido de pescador, os fiéis não contiveram as manifestações de satisfação.

Há 23 anos, Valda Serbai, de 72 anos, sai de Curitiba para acender suas velas e festejar Nossa Senhora do Rocio. Ela afirma ter motivos de sobra para isso. ?Nunca perdi. É a nossa padroeira. Quando eu ia construir a casa, nunca dava certo, até que vim aqui, acendi uma vela e fui até o altar da igreja do Rocio de joelhos. Pedi e ela me atendeu. Para poder estar aqui hoje, também foi uma graça dela. Eu recém operei do coração e pedi saúde para estar aqui nesse dia 15. E aqui estou?, conta.

Nem o sol, nem a multidão e nem o percurso de quase quatro quilômetros fizeram José Lima, de 58 anos, desistir do seu objetivo. ?Vim em um ônibus cheio de Curitiba. Não sei se todos fazem o mesmo, mas eu faço questão de acompanhar a procissão há seis anos?, afirma ele. Vinda de um pouco mais distante, pela primeira vez, Maria Madalena Carvalho, de 58 anos, estava encantada com a comemoração. ?Saí de Abatiá, próximo a Bandeirantes, às 21h (de anteontem) e cheguei às 5h30 (de ontem) aqui em Paranaguá. Sou devota a Nossa Senhora do Rocio. É a primeira vez que venho, mas volto com toda família em 2006?, garante Maria.

A festa

A festa de Nossa Senhora do Rocio deste ano vem sendo preparada desde fevereiro. Durante nove meses, as romarias – do Paraná, Santa Catarina e São Paulo – acontecem sempre no segundo domingo do mês, já como preparação à festa. ?Além de fortalecer a identidade do Estado, o único que tem uma padroeira (desde 1977, oficialmente), movimenta o comércio em Paranaguá e gera empregos temporários?, afirma o padre Parron.

Além das 48 pessoas da coordenação do maior evento religioso do Estado, mais de mil pessoas trabalham na festa. Para cuidar da segurança da multidão, a Guarda Municipal trabalha com um efetivo de 20 policiais das 8h às 20h, e outros 40 das 20h às 8h. O padre Parron não soube informar quanto foi gasto no total com a festa, mas afirmou que todo dinheiro arrecadado durante os dias do evento serão destinados às construção da Casa do Romeiro, para acolher os peregrinos do Rocio, que já deve ter a pedra fundamental lançada em janeiro de 2006. 

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