Peças teatrais apresentadas no meio da rua, instrumentos musicais tocados à beira-mar, pessoas carregando figurinos e adereços de espetáculos de um lado a outro. Desde ontem, Antonina é palco do 16.º Festival de Inverno da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que deve animar a cidade até o próximo sábado.
Além de movimentar o município culturalmente, o evento também mexe com o comércio da região. Este ano, como acontece sempre em época de festival, os comerciantes estão animados com a possibilidade de verem sua vendas aumentar e de obterem uma renda extra. "O movimento de pessoas em Antonina durante o festival da UFPR só se compara ao movimento do Carnaval e da festa de Nossa Senhora do Pilar, que acontece no mês de agosto. É uma das melhores épocas que temos para vender nossos produtos a turistas de dentro e de fora do Estado", conta a funcionária de uma loja de artesanatos, Jussara Padilha Ferreira.
No estabelecimento de Jussara, a maior procura por camisetas e lembrancinhas com o nome da cidade começou no final da tarde de sexta-feira, quando os participantes do festival começaram a chegar. Porém, quem está sentindo mesmo o crescimento nas vendas são os proprietários de restaurantes, lanchonetes, barraquinhas de alimentos e estabelecimentos que vendem lanches rápidos. "Nos finais de semana, chego a receber entre 50 e 60 clientes para almoço e jantar. Porém, durante a semana, o movimento em meu restaurante é zero. Com o festival, vou receber gente de segunda a sexta-feira. Já abasteci meus estoques e contratei outras duas pessoas para trabalharem até o dia 15", afirma o proprietário de restaurante, Gelson Alves Cardoso.
Uma cooperativa de pescados de Antonina, composta por cerca de quarenta pessoas, aproveitou para montar uma barraquinha e divulgar seus produtos. "Vendemos carne de peixe, casquinha de siri, camarão e bolinhos congelados. Durante o festival, estamos comercializando os produtos prontos, como forma de divulgá-los e também conseguir um dinheirinho a mais para tocar a cooperativa", diz a cooperada Jaci Dias Pereira.
Pousadas
As pousadas também estão lotadas. Quem quiser descer a Serra do Mar nos próximos dias terá dificuldade para encontrar vagas. "Temos treze quartos e todos estão ocupados. Tem muita gente ligando à procura de vagas, mas não temos como hospedar mais ninguém", revela a proprietária da Pousada das Laranjeiras, Maria Laura Carraro.
Alguns moradores de Antonina estão alugando quartos dentro de suas próprias casas. É o caso da aposentada Vera Rosi Cardoso, que alugou o quarto do neto de onze anos e também a cozinha, que está sendo utilizada por pessoas que resolveram ficar em barracas. "O quarto, com capacidade para três pessoas, alugo por R$ 15 o dia. Já a cozinha está alugada por R$ 200 por toda a semana. Vale a pena o transtorno, pois além de conseguir um dinheirinho, eu ainda conheço gente diferente e faço novas amizades. Gosto do movimento de jovens entrando e saindo de minha casa a todo momento. Isto alegra minha semana", finaliza.
