Como acontece nos feriados prolongados, as estradas que ligam Curitiba aos litorais paranaense e catarinense e ao interior do Estado estão mais movimentadas desde ontem. No final da tarde, já era intenso o fluxo na BR-376, que liga a capital paranaense ao litoral de Santa Catarina, com o registro de 1.800 veículos por hora no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Na BR-277, que liga Curitiba às praias do Paraná, o movimento era um pouco acima do normal, mas a concessionária Ecovia, responsável pelo trecho, esperava um aumento significativo durante a noite e a manhã de hoje. A concessionária prevê fluxo de 70 mil veículos nos dois sentidos da rodovia, nos quatro dias, o que representa um movimento duas vezes maior que o de finais de semana sem feriado.
Apesar de muitos viajantes optarem por fazer os trajetos de carro, os ônibus foram os escolhidos pela maioria que viaja ao interior. Segundo o diretor da Rodoferroviária, Jair Carvalho, o fluxo do Carnaval se inverteu. "Em feriados como Páscoa e Natal, tradicionalmente as pessoas dão preferência a viajar para casa, pois são datas mais familiares. Diferente do Carnaval, quando as pessoas procuram as praias para fazer festa", diz.
Porém mesmo com o aumento do movimento na rodoviária desde ontem, a administração projeta um movimento 5% menor do que no mesmo período no ano passado. "Como são três feriados na seqüência – ainda teremos Tiradentes e o Dia do Trabalho -, as pessoas geralmente optam por um deles", cita Carvalho, ressaltando a situação financeira delicada nos primeiros meses do ano.
Por precaução, foram colocados ontem 350 carros extras, somados aos 750 normais. A administração espera um movimento de embarque de 41 mil passageiros nos dias de feriado.
A estudante Jeziane Sellmer foi uma das que embarcou ontem, com destino à Ilha do Mel. "No ano passado quase não houve feriados e este ano não podemos desperdiçar. Mesmo com pouco dinheiro, dá para se divertir". Cláudia Regina do Nascimento Pereira vai aproveitar o feriado para descansar com a família, que reside em São Paulo. "É a chance que tenho de rever a família. É bom poder estar ao lado dela em um feriado como a Páscoa".
Acidentes
No feriado do ano passado, a Polícia Rodoviária Federal registrou 93 acidentes, com 82 feridos e 3 mortos no Paraná. Nas rodovias atendidas pela Polícia Rodoviária Estadual (PRE), ocorreram 210 acidentes, com 174 feridos e 12 mortes, oito destes provocados por atropelamentos.
Para evitar esse tipo de acidentes, a Ecovia, concessionária que administra o trecho da BR-277 entre Curitiba e o litoral, pede atenção especial ao perímetro urbano, entre os quilômetros 80 e 61 e entre os quilômetros 1 e 6 da PR-407, em Praia de Leste. Devido às festividades relativas à Paixão de Cristo e à Páscoa, as igrejas católicas situadas nesses locais devem receber um expressivo número de fiéis, aumentando o risco de atropelamentos.
Paróquias de Curitiba celebram Missa de Lava-Pés
Roger Pereira
Várias paróquias de Curitiba celebraram ontem a Missa de Lava-Pés, que faz parte das comemorações da Semana Santa para a comunidade católica. Lavar os pés é uma forma de humildade, de respeito, acolhimento e serviço. "No tempo de Jesus, ao invés de se oferecer um café, lavava-se os pés dos visitantes. Trabalho que era feito pelos escravos, mas Jesus inverte essa situação ao lavar os pés de seus discípulos", comenta irmã Custódia, responsável por diversas pastorais em Curitiba.
No dia em que Jesus lavou os pés de seus seguidores, inclusive de seu traidor, Judas, também foi instituída a eucaristia, a partilha do pão e do vinho. "A partir de então, para o cristão não se trata mais de pão e vinho, e sim corpo e sangue de Cristo", explica o padre Parron, do Santuário Estadual Nossa Senhora do Rocio, de Paranaguá.
Em memória deste fato histórico, os párocos lavaram os pés de 12 pessoas das comunidades, em referência aos 12 apóstolos. Neste ano, em virtude da Campanha da Fraternidade, foi dada preferência aos portadores de deficiência. "Lavar os pés deles simboliza que temos de acolher os deficientes", ressalta o padre. "Com essa celebração, mostra-se que não há Páscoa – que significa ressurreição ou libertação – se não houver mudança de espírito", conclui irmã Custódia.