Mais de mil policiais federais começam a chegar a Brasília na segunda-feira, com o objetivo de aumentar a pressão para que o governo inicie nova fase de negociação com a categoria, que está no quarto dia de greve. Ontem, segundo a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), entre 80% e 90% dos agentes, peritos e papiloscopistas estavam com as atividades paralisadas. O movimento foi reforçado com a adesão dos policiais de Minas Gerais. O balanço feito pela direção da PF mostrava também um quadro inalterado.
“Na próxima semana, a lei que instituiu a obrigatoriedade de nível superior completa oito anos; por isso, estamos trazendo os policiais de todo o País para protestos no Ministério da Justiça”, afirmou o presidente da Fenapef, Francisco Carlos Garisto. Os policiais reivindicam vencimentos de nível superior, porque hoje recebem como nível intermediário. Com isso, os salários aumentariam de R$ 4.100,00 para R$ 7.700,00.
O governo alega que isso sobrecarregaria a folha do funcionalismo em torno de R$ 450 milhões. Para o governo, a greve não terá mais adesões. “A paralisação já deu no que tinha de dar”, afirma um delegado ligado à cúpula da instituição.
Padrão
Os grevistas fizeram ontem operação-padrão na ponte Tancredo Neves, entre o Brasil e Paraguai. Vinte policiais realizaram o trabalho, que resultou na identificação de pessoas impedidas de entrar no Brasil com multas atrasadas, e norte-americanos sem visto.
Essa ação, comentou o presidente do sindicato da Polícia Federal no Paraná, Naziazeno Florentino Santos Júnior (foto), tem o objetivo de mostrar ao governo como deve ser o trabalho na fronteira, “pois hoje número reduzido de funcionários trabalha no local e não tem condições de realizar as atividades”. Ele garantiu que o movimento continua forte, com 100% de adesão no Paraná.